• Edição 159
  • 29 de janeiro de 2008

Argumento

Complexo hospitalar promove integração das áreas de saúde

Beatriz da Cruz

O desejo antigo de integrar as unidades hospitalares universitárias em um mesmo sistema vai se tornar realidade. A última reunião de 2008 do Conselho Universitário (Consuni) criou o Complexo Hospitalar da UFRJ. Assim, uma portaria do Ministério da Educação,  determinando aos hospitais universitários utilizarem o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) antecipou a decisão.

De acordo com Almir Fraga Valladares, decano do Centro de Ciências da Saúde (CCS) trata-se de uma medida que permitirá a criação de uma unidade orçamentária única para o Complexo Hospitalar, a qual repassará os recursos orçamentários para as Unidades Gestoras, que permanecerão múltiplas e autônomas, como atualmente.

— Com a decisão do governo – de fazer essa operação dos recursos pelo Siafi –, tivemos que criar uma unidade orçamentária. A universidade, em conjunto com os hospitais, optou por criar o complexo para ter uma só unidade em vez de nove, como é atualmente. A partir desse ponto, constituiu-se o complexo, algo que já era discutido há muito tempo em virtude de um desejo dos hospitais de se integrarem em suas ações de saúde.

No modelo antigo, os recursos do Tesouro nacional eram recebidos pela Universidade, unidade orçamentária exclusiva, que repassava os recursos às unidades gestoras, como as instituições de saúde e o CCS. Além disso, a maior parte dos recursos dos hospitais vinha do convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), administrada e repassada através da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB).

A partir deste ano, os hospitais receberão os recursos orçamentários através da unidade orçamentária Complexo Hospitalar e esta os repassará às respectivas unidades gestoras (cada hospital é uma unidade gestora), além da verba do SUS e de outros convênios que possam surgir.  Todos os recursos, porém, deverão ser administrados no Siafi. A expectativa é de que, assim, se possa investir mais em equipamentos e estrutura.

— Essa administração será mais ágil e mais transparente porque vai poder ser melhor regulada. De imediato, enquanto as ações de saúde são progressivamente integradas. Alguns hospitais inclusive, já estão mais ou menos integrados, porque o Instituto do Coração e o Instituto de Doenças do Tórax já funcionam no prédio do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) — diz Almir Fraga.

Ações de saúde

Para o futuro, a intenção é estender a integração para a área das ações de saúde. O objetivo é que os pacientes sejam clientes do complexo e não mais de um só hospital. “No momento, o paciente que se matricula no hospital universitário é paciente só dele. Se precisar ser atendido no Instituto de Neurologia ou no Instituto de Ginecologia tem que ter outra matrícula. A idéia é, com a regulamentação desse complexo, que ele passe a ser um paciente da UFRJ e possa ser atendido em um sistema de referência direto sem precisar de outra matrícula”, explica o decano.

São duas mudanças básicas, uma na gestão financeira e outra na área de atendimento. Entretanto essa última deve levar ainda algum tempo para se concretizar, pois dependerá de acordos estabelecidos entre as unidades para não causar transtornos ao funcionamento acadêmico e ao atendimento.

A resolução do Consuni estipulou, ainda, a inclusão do Complexo Hospitalar da UFRJ na Estrutura Média da universidade, nos moldes do Fórum de Ciência e Cultura.