• Edição 180
  • 16 de julho de 2009

Saúde e Prevenção

A Dor Crônica

Amanda Salles

Segundo pesquisa feita com 2.401 entrevistados com mais de 18 anos pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, em parceria com médicos do Hospital das Clínicas, a dor crônica afeta 28,7% da população brasileira. Caracterizada por uma duração maior do que as dores comuns, persistindo por mais de três meses seguidos, às vezes até um ano, ainda há que se entender melhor as particularidades e diferenças da dor crônica.

Segundo o doutor Ricardo Joaquim da Cunha Junior, médico da Clínica da Dor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), a dor comum do dia a dia é uma reação de defesa, sinalizando que alguma coisa está errada no nosso organismo. “O processo de cronicidade é uma alteração patológica do sistema nervoso, representando e devendo ser abordada como uma doença crônica, podendo muitas vezes ser um processo irreversível, que um tratamento consegue controlar, mas não curar.”

Os tipos mais comuns de dor crônica na população são as dores de coluna originadas principalmente de artroses e atrites tanto na região lombar, quanto na cervical, além das dores de cabeça, as cefaleias.

Causas

As causas da dor crônica estão associadas à genética, mas também ao fator psicológico da pessoa, como uma resposta à dor. “A pessoa que tem dor crônica, no fator psicológico, vai ser mais deprimida, ansiosa, agressiva”, explica Ricardo.

Com o constante aumento da expectativa de vida das pessoas no Brasil e no mundo, percebe-se grande aumento também no número de casos de doenças crônicas degenerativas, e muitas delas são acompanhadas por dor, principalmente nos idosos, os que mais sofrem com a dor crônica.

Tratamento

O tratamento da pessoa com dor crônica deve levar em conta não somente o aspecto físico do paciente, mas também o psicológico, por meio de sua vida social. “O ideal é que haja uma equipe de médicos de várias áreas, como psicólogos e fisioterapeutas, para que o tratamento tenha sucesso”, aconselha o especialista. Segundo Ricardo, dois pacientes com a mesma patologia vão ser tratados de maneira diferente, pois podem ter a estrutura tanto física quanto emocional bem diferente.

“O tratamento da dor crônica deve conter, além do uso de medicação, o uso de medidas não farmacológicas, como exercícios recomendados por um fisioterapeuta, a utilização da acupuntura, exercícios de relaxamento corporal e mental, e principalmente medidas educacionais para que a pessoa entenda o porquê da dor e como resolver esse problema”, finaliza Ricardo Joaquim.