• Edição 198
  • 19 de novembro de 2009

Microscópio

Jornada Fluminense de Botânica alerta para a conservação da biodiversidade



Rio de Janeiro é referência nacional no estudo das plantas

Thiago Etchatz

Reafirmando a condição de referência nacional para o estudo da Botânica, a diretoria regional do Estado do Rio de Janeiro da Sociedade de Botânica do Brasil (SBB) realiza a XXVIII Jornada Fluminense de Botânica no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ. Em parceria com a Faculdade de Farmácia (FF), o Instituto de Biologia (IB) e o Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé (Nupem), a jornada põe em pauta a conservação da biodiversidade e novos métodos para o desenvolvimento desse segmento da ciência.

Ao reunir pesquisadores, professores e estudantes de todo o estado, a jornada se constitui num espaço de discussão em torno das palestras, das apresentações de trabalhos, do encontro da Rede Fluminense de Herbários e da assembleia geral da diretoria regional da SBB. “Os temas são relacionados à conservação da biodiversidade, ao uso de novas técnicas para interpretação dos materiais botânicos e à importância da atualização dos métodos de classificação, com o emprego de técnicas mais sofisticadas”, analisa Ana Cláudia de Macêdo Vieira, professora da Faculdade de Farmácia da UFRJ e vice-diretora da divisão regional da SBB.

De acordo com a professora, a flora fluminense vem sendo estudada desde o processo de colonização do Brasil e “um marco foi a inauguração do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com a vinda da Família Real há mais de 200 anos”. O estado, um dos principais polos desse campo da ciência, conta com dois cursos de pós-graduação na área e com numerosas instituições que desenvolvem pesquisas em diversas modalidades.

A cada ano a Jornada Fluminense de Botânica ganha novos adeptos. Nesta edição 250 vagas estavam abertas para participação dos interessados. Uma explicação para o crescimento do evento é “a integração com outras áreas, como Agronomia, Ciências Forenses, Paisagismo, Engenharia Florestal, entre outras, ressaltando o caráter não só de ciência pura, como também as diversas aplicações da Botânica no dia a dia”, esclarece Ana Cláudia.

Outra hipótese é a discussão de temas relacionados ao momento atual do planeta, que em razão da ação do homem sofre intensas alterações climáticas. “Desmatamentos e queimadas, que degradam os diferentes ecossistemas, levando à extinção muitas espécies que sequer foram catalogadas, são temas recorrentes”, avalia a vice-diretora da SBB.

De acordo com a professora, “no Rio de Janeiro, a intensa atividade antrópica sobre sistemas como restingas, manguezais e mata atlântica causa imensa perda de espécies de plantas e, muito frequentemente, dos animais a elas associados”. Juntamente com o financiamento, a conservação das áreas para o desenvolvimento de pesquisas é uma das maiores dificuldades encontradas pelos botânicos.

Planta-símbolo

A Marsdenia dorothyae Fontella & Morillo foi escolhida como a planta-símbolo da 28ª edição da jornada. É uma espécie natural das restingas fluminenses, encontrada desde o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba até Arraial do Cabo. Destaca-se por suas flores cor de vinho, odor delicado e frutos lenhosos.

Serviço

A XXVIII Jornada Fluminense de Botânica acontece entre os dias 9 e 11 de dezembro no auditório Rodolpho Paulo Rocco, bloco H do CCS, na avenida Carlos Chagas Filho, 373, Cidade Universitária. As inscrições, até 3 de dezembro, e a programação estão disponíveis no site www.farmacia.ufrj.br.