• Edição 200
  • 03 de dezembro de 2009

Saúde e Prevenção

Para evitar a paroníquia, cuidado constante com as unhas

Ana Zahner

As mãos, maiores instrumentos que a evolução proporcionou aos homens, são muitas vezes alvo de doenças causadas por pequenos descuidos do dia a dia. E o risco é contrair as onicomicoses, infecções na lâmina ungueal (unha) causadas por fungos que costumam se instalar a partir de pequenos ferimentos na região.

Há diferentes tipos de onicomicoses, que variam em intensidade quanto aos sintomas: graves ou leves. Uma das mais comuns é a paroníquia, que causa inflamação no tecido periungueal, ou seja, ao redor da unha. É mais comumente causada por fungos, mas também pode haver a infecção bacteriológica.

Um dos principais causadores da paroníquia é o fungo Candida albicans, que gosta muito de umidade. De acordo com o professor de dermatologia da UFRJ David Azulay, o grupo de risco está entre os profissionais que trabalham em contato direto com a água, como lavadeiras, pessoas que lavam louças em restaurantes e donas de casa. “Os diabéticos também são bastante afetados, já que têm uma deficiência imunológica que favorece o aparecimento da candidíase”, acrescenta.

A inflamação causa dor latejante, vermelhidão e, em alguns casos, acúmulo de pus na região. Caso ela seja provocada por bactérias, os sintomas podem persistir por cinco a dez dias, mas se originada por fungos o período da infecção é bem maior. O professor Azulay indica que o tratamento deve começar pela identificação da causa e recomenda que um médico dermatologista seja consultado. É o profissional que poderá receitar um antibiótico ou antimicótico, conforme o agente, e, se houver acúmulo de pus, fazer a drenagem.

De acordo com o dermatologista, é possível que sejam recomendadas também compressas de água quente, que o paciente pode fazer em casa. É importante que a pessoa também se previna, especialmente aqueles membros dos grupos de risco.

A prevenção consiste em manter dedos sempre secos. No caso de trabalhadores que mantêm contato direto com a água, recomenda-se o uso de luvas. Aqueles que têm o costume de fazer as unhas em salões de beleza ou em casa não devem remover a cutícula, película que age como barreira para a instauração das bactérias e fungos. No caso do uso de alicates, é necessário cuidado para não provocar lesões que possam ser a porta de entrada para infecções, e o instrumento não deve ser utilizado por mais de uma pessoa, devendo estar sempre esterilizado.

“É pouco provável que a Candida possa ser passada por instrumentos de manicures”, afirma Azulay. Mas ele alerta que há outras formas de fungos que podem acometer as pessoas e ter consequências mais graves, passando da região periungueal para a unha inteira.