• Edição 083
  • 31 de maio de 2007

Notícias da Semana

Dia mundial sem tabaco no Hospital Universitário

Tainá Saramago

O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) promove hoje, dia Mundial Sem Tabaco (31/05), a III Jornada Interdisciplinar de Tabagismo Professor José Rosemberg, com o tema “Tabagismo Passivo – um mal evitável”; o I Simpósio Médico: Atualização Terapêutica em Tabagismo, com o tema “Vareniclina: nova droga, novas perspectivas”; e a uma Exposição de alunos sobre tabaco e responsabilidade social.

O objetivo do evento é promover o intercâmbio entre profissionais que atuam na pesquisa, prevenção e tratamento do tabagismo na UFRJ e outras unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro. A Jornada conta com a participação de várias autoridades importantes como o diretor do HUCFF, Alexandre Pinto Cardoso; o diretor do Instituto de Doenças do Tórax (IDT/UFRJ), Gilvan Muzy; o representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Franklin Rubinstein; entre outras.

- Um evento como esse é muito importante, e gostaria de elogiar primeiro o doutor Alberto Araújo, que é o símbolo dessa luta anti-tabagismo no HUCFF. O nosso hospital conseguiu uma mudança de atitude em relação ao tabaco. Hoje, somos um Ambiente Livre de Tabaco e conseguimos aglutinar uma série de pessoas em torno dessa causa -, afirmou Alexandre Cardoso, diretor geral do HUCFF.

O evento tratou de temas como o tabagismo passivo em crianças e adultos; o ambiente livre de tabaco; o pensamento de médicos e de fumantes; a ação da nicotina na dependência e os métodos farmacológicos para a cessação do tabagismo e novas drogas, a vareniclina.

Câncer de orofaringe, de bexiga, de rins, leucemia aguda, e outros; doenças cardiovasculares; doenças pulmonares crônicas; efeitos adversos no desenvolvimento; úlcera péptica e pelo menos mais 55 doenças reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde são relacionadas ao Tabaco.

Segundo Alexandre Cardoso, não existe um nível seguro de exposição passiva ao cigarro. A Fumaça do Tabaco Ambiental (FTA) atinge todo o ambiente do fumante e de quem estiver por perto. “Não fume e nem fique perto de quem o pratica. Não sabemos ainda a quantidade necessária de exposição a FTA para que se desenvolva doenças, como, por exemplo, o câncer de pulmão”, explica o diretor do HUCFF.

Ele complementa: “os lugares para fumantes devem ser restringidos, sim. Pois fumar não traz prejuízos apenas para quem fuma, esse hábito pode prejudicar as outras pessoa”, Alexandre concluiu sua fala com uma frase, acompanhada da cena de uma propaganda de cigarros, cujo ator morreu de câncer. “Fumar é um prazer, genial, sensual, MORTAL.”


Reitor da UFRJ pede apoio de dirigentes para reduzir gastos

Geralda Alves

Até o final desse ano a Universidade Federal do Rio de Janeiro deve somar um déficit de R$ 36 milhões, acarretado principalmente, pelas contas da Light e da Cedae. A informação foi apresentada pelo pró-reitor de Planejamento de Desenvolvimento, Carlos Antônio Levi da Conceição durante a plenária de decanos e diretores realizada segunda-feira, dia 28 de maio, no Centro de Ciências da Saúde (CCS).

A meta para diminuir essa previsão, segundo o pró-reitor, é zerar a despesa com pessoas físicas, reduzindo a dívida em R$ 4 milhões, “o que significa uma variação pequena em relação ao déficit de 2006”. Os principais itens que produzem essa pressão deficitária são os que decorrem de contrato de serviços que garantem o funcionamento das atividades da instituição.

Segundo o reitor Aloísio Teixeira, um terço do déficit de 2007 é decorrente da conta de energia elétrica. “O que na verdade a gente está fazendo é transferir o déficit de 2006, no valor de R$ 9 milhões, para esse ano. Começamos 2007 com uma dívida de R$ 12 milhões com a Light. Isso decorre do aumento da tarifa e também do aumento do consumo por conta de novas instalações, novos laboratórios e equipamentos”. O reitor negociou com a companhia para que os serviços de energia elétrica não sejam cortados.

As contas de água e esgoto também deixaram de ser pagas pela universidade desde 1999, somando um montante “impagável”, segundo Aloísio. “Já estivemos com o governador Sérgio Cabral para negociarmos essas dívidas e agora estamos agendando outro encontro a fim de propor uma tarifa diferenciada para a universidade e instituições de pesquisa”, declarou o reitor.

Esta seria uma forma de o governo do Estado se envolver com a pesquisa de ponta que se faz no Rio de Janeiro. “Assim, nós poderíamos reduzir nossa despesa de energia. É claro que isso não impede a expansão da universidade”. Para rebaixar o patamar de despesas, Aloísio pediu o apoio articulado dos dirigentes das unidades, pois, segundo ele, a administração central não conseguirá coordenar tais ações sozinha.

– Nós devemos avançar na questão da geração própria de energia. Temos que encontrar uma forma de diminuir as despesas decorrentes da expansão da universidade. Uma alternativa é que sejam incluídos nos projetos recursos próprios para custear despesas com eletricidade e telefonia – sugeriu o reitor.

A proposta não foi muito bem vista por alguns professores da plenária, como Ângela Uller, diretora da COPPE, que achou um absurdo cada professor ou unidade ter que se responsabilizar pelos gastos gerados por um novo laboratório. “Nosso padrão de consumo mudou. O comportamento da sociedade mudou com o avanço da tecnologia. A responsabilidade financeira pela expansão dos laboratórios não pode ser só das unidades”.

De acordo com opiniões apresentadas pelo reitor e pelos presentes a reunião, há um consenso no que diz respeito à redução dos gastos. Porém, as propostas são divergentes. Na opinião da diretora da COPPE, se há desperdício – e há muito – é preciso verificar. “A única maneira de acabar com isso é informando a cada unidade muito claramente o valor que ela gasta”, concluiu Ângela.


Professor do ICB é candidato à presidência da Academia de Medicina


Claudia Jurberg – Assessoria de Imprensa do ICB

O renomado cirurgião oncológico Marcos Moraes é um dos candidatos à Presidência da Academia Nacional de Medicina. Como proposta para a ANM, pretende dar um choque de modernidade sem macular a tradição dessa casa quase bicentenária. No projeto, ainda tem como meta dar assessoria ao governo de Luís Inácio Lula da Silva nas questões de saúde.

Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Uerj, Moraes, atualmente, preside o conselho de curadores da Fundação Ary Frauzino para a Pesquisa e Controle do Câncer e o Programa de Oncobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e é ainda Governador do Colégio Americano de Cirurgiões para o Brasil.

Gestão pela Qualidade

Criado há seis anos, o Programa de Oncobiologia da UFRJ - cuja premissa é reunir equipes interessadas pela temática câncer, extrapolando instituições, institutos, departamentos e/ou laboratórios - empreendeu várias iniciativas na busca pela qualidade da pesquisa em biologia do câncer. As ações rederam reconhecimento e, hoje, o Programa reúne mais de 100 cientistas cariocas numa rede apoiada também pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Rio de Janeiro.

Nascido em Palmeira dos Índios, no agreste alagoano, Moraes foi diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca) por cerca de nove anos (1990-1998) e participou da elaboração do Programa de controle do câncer no país.

Como Diretor do Inca promoveu uma ampla reforma: da infra-estrutura e instalações até gestão pela qualidade total, o que resultou em submissão do Instituto a auditorias externas, tanto por instituições nacionais como internacionais. Como resultado, é reconhecido por suas administrações ágeis e modernas, transformando a assistência e a pesquisa em câncer modelos de referência nacional e internacional. Durante sua gestão à frente do Inca ainda foram incorporados o Hospital de Oncologia (do ex-Inamps), o Hospital Luíza Gomes de Lemos (da Associação das Pioneiras Sociais) e o Pro-Onco (da Campanha Nacional de Combate ao Câncer).

Moraes ainda foi presidente da Sociedade Internacional de Cirurgia Oncológica e representante do Brasil no Programa Mundial de Controle do Câncer, da Organização Mundial da Saúde.

Tradição

Fundada em 1829 sob o reinado do imperador D. Pedro I, a história da Academia é permeada pela prática da medicina no país. Entre seus principais objetivos - inalterados desde sua implantação -, a contribuição para estudos, discussões e desenvolvimento de várias áreas como a cirurgia, a saúde pública e a ciência. A Academia ainda atua como centro de referência para a assessoria de diversos governos brasileiros em políticas de âmbito nacional.