• Edição 173
  • 28 de maio de 2009

Notícias da Semana

Música inspira cientistas por 20 minutos

Cília Monteiro

O evento “20 minutos de inspiração”, promovido pelo Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ, animou o auditório Rodolpho Paulo Rocco na terça-feira (26/05). O bom humor é marca registrada dos eventos organizados pelo professor Leopoldo de Meis. Nesta edição, a novidade foi a participação de um grupo de música experimental da Escola de Música da UFRJ, que convidou a plateia a participar da composição de uma orquestra.

Quem conduziu a dinâmica foi Leonardo Fuks, PhD em Acústica Musical. “Como o próprio nome ‘música experimental’ diz, estamos aqui para experimentar em todos os sentidos. Vamos mostrar como funciona uma orquestra caótica”, propôs Leonardo. Flautas doces foram distribuídas ao público, que foi instruído quanto ao momento certo de emitir cada nota musical. “Vamos dividir com vocês o estresse de tocar. São 20 minutos de inspiração, mas vocês vão usar a expiração”, brincou Fuks.

Risadas não faltaram durante a performance dos músicos de primeira mão. Mas as notas suaves e afinadas que soaram dos instrumentos de Leonardo, Eduardo Camenietzki e Tiago Calderano, componentes da banda, definitivamente salvaram a orquestra. O resultado foi uma emocionante apresentação de “O Ovo”, baião de Hermeto Paschoal, e da “Marcha dos Índios Cariri” (com direito à marcha da plateia).

Homenagem

Matando a curiosidade dos espectadores, Leopoldo de Meis anunciou que a homenageada era Andrea Thompson Da Poian, professora do IBqM. O foco de trabalho da professora são vírus e proteínas. Ela também atua em projetos que visam aproximar a universidade da escola básica, principalmente em relação às práticas de ensino de ciências. Em meio a longos aplausos, Andrea recebeu o cumprimento dos colegas e amigos.

Vencedor

Finalmente chegou o momento que todos esperavam: seria revelado o vencedor do desafio “O que é ciência?”. A resposta escolhida foi a de Renato Fernandes de Paulo, doutorando do Laboratório de Química Fisiológica da Contração Muscular do IBqM. “A ciência é a oficina do desassossego”, disse ele. Para lançar o próximo desafio, foi exibido o vídeo “A fala dos profetas”. E eis a questão a ser respondida: “Como avaliar o cientista?”




Simpósio aborda exercícios para crianças com Síndrome de Down



Igor Costa

Dando continuidade às comemorações do seu aniversário de 70 anos, a Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) promoveu no dia 27 de maio o II Simpósio do Labofise: Educação Física, Saúde e Qualidade de Vida. O laboratório foi fundado pelo professor Maurício Rocha, ainda quando a EEFD se localizava no campus da Praia Vermelha, sendo o primeiro do país a se dedicar à fisiologia do exercício.

O evento ocorreu nos dias 27 e 28 de maio. Durante o primeiro dia, foram apresentados alguns dados sobre a prática de exercícios por portadores da Síndrome de Down e quais os cuidados que devem ser tomados. De acordo com o palestrante, Vinícius Barros, professor do Labofise, por conta de modificações no DNA, os portadores da síndrome apresentam tendência à obesidade, diminuição da força muscular e déficits nos reflexos. “Apesar de ocorrer melhora com o tempo, não é uma melhora significativa”, explicou Vinícius Barros.

A hipotonia muscular ou baixa tonicidade dos músculos pode ainda causar problemas osteoarticulares. Segundo Vinícius, “a hipotonia pode causar escoliose, deformidade de pés, instabilidade atlantoaxial e baixa mobilidade articular, que impede a criança portadora da síndrome de fazer alguns exercícios”, explicou.

A instabilidade de vértebras da coluna cervical limita as atividades físicas que podem ser realizadas pelas crianças. “Muitas das crianças que possuem essa instabilidade não podem fazer cambalhotas ou rolamentos por conta dos riscos de gerar quadros ainda mais graves, como a mielopatia cervical”, comentou o professor. Essa instabilidade está presente entre 10% e 20% dos casos.

Após a apresentação dos efeitos da Síndrome de Down, o palestrante apresentou dados cineantropométricos coletados com crianças portadoras da doença. Tais dados são constituídos por medidas antropométricas (dobra cutânea, perimetria e estatura) e alguns aspectos motores. A coleta desses dados é importante, pois eles podem dar informações sobre o crescimento da criança.

— Ao fazer uma avaliação antropométrica na escola, o mínimo que eu terei será a informação quanto ao crescimento da turma, se estão abaixo ou acima da curva de crescimento ideal, se há alto número de casos de obesidade. Assim, o profissional pode trabalhar esse quadro e, mais tarde, fazer uma reavaliação e ver se há variação na composição corporal, através da atividade que eu estou propondo — explicou Vinícius.

Os dados mostrados pelo palestrante mostram que 83% dos portadores de Síndrome de Down apresentam sobrepeso ou obesidade, e que o sobrepeso se concentra na região abdominal. Mas o quadro pode ser amenizado com exercícios específicos “É muito importante que nós, educadores, façamos a avaliação corporal para propor programas especializados tanto para as crianças com a síndrome quanto para as crianças sem a síndrome”, concluiu o professor.




Hospital, restaurante e clubes universitários em debate

Pedro Barreto

Professores, funcionários técnico-administrativos e estudantes estiveram reunidos na quarta, dia 27, para debaterem as propostas do Plano Diretor UFRJ 2020. A reunião foi apresentada pelo professor Pablo Benetti, presidente do Comitê Técnico do Plano Diretor (CTPD), e pelo decano do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Almir Fraga Valadares. “Em mais de 30 anos de universidade é a primeira vez que eu vejo um projeto de perspectiva futura, com elaboração de metas em curto, médio e longo prazos”, elogiou Diana Maul, coordenadora de Extensão do CCS.

Hospital Universitário

Como não poderia deixar de ser, o projeto de reestruturação do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho foi o foco principal da atenção dos presentes. A proposta inicial de demolição de toda a ala sul do prédio já está sendo reavaliada. Existe agora a possibilidade de reaproveitar pelo menos os cinco primeiros andares. No entanto, segundo estudos realizados pelo Departamento de Engenharia Civil da universidade, os dois últimos andares deverão ser postos abaixo.

Segundo Pablo Benetti, cerca de R$ 4 milhões de um total de R$ 30 milhões previstos para a reforma da área já foram internalizados pela universidade e devem ser utilizados até dezembro. “Estamos avaliando as possibilidades. Se optarmos por demolir toda a área, teríamos 117 mil m2 para edificar todo o CCS naquele local”, analisou Benetti. “Temos que encontrar uma solução aceitável, pois teremos que prestar contas à sociedade”, alertou Valadares.

Ainda de acordo com o presidente do CTPD, a proposta de reurbanização da área do hospital prevê serviços de comércio e praça de alimentação. “O objetivo é fechar a avenida Rodolpho Paulo Rocco para o tráfego de veículos e fazer dali uma área de pedestres”, disse.

Outras propostas

O projeto do Restaurante Universitário, inaugurado no início do ano, também foi comentado. “Esta estrutura não é a que estamos pensando para a Cidade Universitária. Não concordo com a ocupação de uma área daquele tamanho com uma edificação de apenas um pavimento, quando estamos na iminência de inaugurar o curso de Gastronomia, além de outras iniciativas na área”, afirmou Benetti. “Poderíamos pensar também em um convênio com a Vigilância Sanitária, em especial a Fiscalização de Alimentos”, lembrou Diana Maul, coordenadora de Extensão do CCS.

O projeto de clubes universitários para funcionários da universidade também foi lembrado. Uma das alternativas é utilizar a área onde se situa o bosque da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD). Outra possibilidade é construir centros para treinamento e competições de alto rendimento.

Debates

Benetti também confirmou a realização do próximo Conselho Participativo, em junho, que debaterá Cultura, Esporte e Lazer. Além dele, serão organizadas oficinas temáticas. A primeira acontecerá no dia 10/06, no prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, e terá como pauta a Política Residencial Universitária.