• Edição 220
  • 17 de junho de 2010

Cidade Universitária

Tramento de alcoolismo na Prefeitura Universitária

Michelly Rosa

O Centro de Ensino, Pesquisa e Referência em Alcoologia e Adictologia (CEPRAL) promove na Prefeitura Universitária um programa de assistência e prevenção contra uso abusivo de álcool e outras drogas entre os funcionários da prefeitura e todo o corpo funcional da UFRJ. O CEPRAL foi criado, em 1994, por José Mauro Braz de Lima, professor, professor doutor do Hospital Escola São Francisco de Assis (HESFA).

Na Prefeitura Universitária, o projeto é coordenado pelo próprio José Mauro, junto à Janete Pereira, coordenadora institucional e Marilurde Donato, vice-coordenadora e coordenadora acadêmica do projeto.

A atuação do CEPRAL na PU espera diminuir casos de afastamento, licença médica ou faltas decorrentes do alcoolismo, pois evita internações hospitalares e não afeta as atribuições do servidor.

Segundo Janete Pereira da Silva, a atuação do CEPRAL na Prefeitura Universitária é de pré-assistência, ou seja, as intervenções breves promovidas pela equipe atuam na prevenção e no diagnóstico do funcionário da universidade.

“Caso seja diagnosticado dependência ou uso abusivo do álcool ou outras drogas, nós encaminhamos o assistido a um tratamento mais profundo no Hospital Escola Francisco de Assis (HESFA), onde há uma estrutura melhor para o atendimento”. Esclarece Janete.

No núcleo de atendimento da prefeitura, são realizadas atividades de acolhimento (intervenções breves), atendimento individual, informação, encaminhamento para a Assistência Integral do HESFA e acompanhamento.

Para a coordenadora, fazer o funcionário assumir seu problema e procurar ajuda não  é tarefa fácil: “O CEPRAL se preocupa com a manutenção da privacidade do assistido, e em proporcioná-lo um ambiente no qual possa se sentir à vontade”.

Os benefícios são visíveis logo nos primeiros atendimentos do funcionário. “Eu percebo, durante a marcação da segunda visita uma maior tranquilidade do assistido, um sentimento de acolhimento. Além disso, o dependente tratado aqui começa a ter uma maior sensibilização e auto-avaliação do seu estado”. Analisa Janete.  

Tratamento também para alunos

O grande número de alunos da universidade que consomem e abusam do álcool também  é um dado preocupante. Para evitar isso, o CEPRAL tenta alcançar os jovens universitários através de cartilhas informativas, semanas de saúde e palestras. O projeto divulga seu trabalho através do envio por e-mail de folders informativos dentro da faculdade. Contudo, nesse primeiro momento, o trabalho informativo, com a impressão e distribuição de folders, é realizado apenas na Prefeitura Universitária.

“A informação é muito importante, pois muitos dos abusadores de álcool e alcoólatras não sabem a gravidade do problema, ou não acreditam que possuem uma doença e precisam de ajuda”. Explica a coordenadora.

O Núcleo do CEPRAL na Prefeitura Universitária está aberto também para alunos que queiram fazer o tratamento, porém, o espaço ainda é muito pequeno e não há demanda para atender ao grande corpo discente da universidade. “Nós estamos localizados num contêiner temporário e utilizamos uma sala emprestada pela prefeitura, por isso não há como expandir nossos atendimentos”. 

Projetos de Ensino e Pesquisa

O CEPRAL promove também núcleos de pesquisa e extensão na área de dependência, trazendo alunos de diversas áreas para atuar no desenvolvimento de estatísticas e promoção de informação dentro da universidade. De acordo com Janete, com a multidisciplinaridade da área de dependência química, alunos de Serviço Social, Psicologia, Odontologia e principalmente Enfermagem participam dos projetos do CEPRAL.

“Há projetos de pesquisa aqui na prefeitura e no HESFA. Os alunos acompanham o tratamento do paciente e discutem, junto aos médicos, possíveis soluções para cada caso”. 

Necessidade de investimentos da universidade

Apesar de promover tantos benefícios à saúde do corpo funcional da universidade, o CEPRAL ainda não possui uma sede fixa. Porém, para que seja feito um trabalho mais amplo, dividido em setores de atendimento e mantendo a privacidade do assistido, há a necessidade de um local apropriado. “Como disse, estamos trabalhando num contêiner improvisado, dentro do Horto da prefeitura universitária. O prefeito já nos concedeu um terreno aqui na prefeitura, mas a reitoria inda não liberou a verba para a construção de um prédio”. Disse a coordenadora.

Janete ainda acrescentou que os projetos de pesquisa do CEPRAL tem o sonho de promover pelo menos um evento informativo por mês, se houver estrutura para isso.

“A UFRJ é capaz de oferecer esse serviço ao seu funcionário e aluno, sem a necessidade de que o dependente procure ajuda fora da instituição”.