• Edição 208
  • 11 de março de 2010

Saúde e Prevenção

Forte calor e pancadas de chuva até o final de semana: panorama ideal para o aumento da oleosidade da pele

Dermatologista ensina como combater este incômodo

Thiago Etchatz

Após uma semana de trégua, o intenso calor voltou com toda força. Segundo o site http://www.climatempo.com.br, as temperaturas máximas acima dos 33ºC devem se manter até o final de semana, com pancadas de chuva ao final da tarde. Panorama típico do verão carioca. Esse calor, combinado com a umidade, é um dos principais fatores que levam ao excesso da oleosidade da pele, sobretudo do couro cabeludo - incômodo diretamente relacionado à estética, que tem nas longas madeixas as principais vítimas.  

Para esclarecer aos nossos leitores quanto às causas e a melhor maneira de lidar com o excesso de oleosidade, o Olhar Vital consultou o doutor Celso Tavares Sodré. O especialista é professor de Dermatologia da Faculdade de Medicina da UFRJ e responsável pelo Ambulatório de Alopecias do Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ). 

Segundo Celso Sodré,  “a oleosidade é benéfica, o seu excesso é que muitas vezes deixa um aspecto desagradável.” Vale lembrar que a gordura localizada na superfície da pele é responsável por mantê-la hidratada, impedindo a evaporação do suor, além de possuir ação antimicrobiana.  

O dermatologista explica que a oleosidade da pele é produzida principalmente pelas glândulas sebáceas. Elas desembocam no folículo piloso, onde o sebo é despejado e segue em direção à superfície, brotando dos poros e compondo o manto lipídico da pele.

 
A relação entre clima e oleosidade 

A incidência dos raios solares estimula a produção da gordura alojada na superfície da pele. “Quanto mais úmido e quente o clima, mais oleosa fica a pele. Por isso, nos climas secos, especialmente no inverno, muitos indivíduos são obrigados a hidratar a pele com produtos gordurosos”, analisa o doutor Celso.  

Tratamento 

Entre o senso comum, muitas vezes se justificam a acne e a caspa como problemas decorrentes do excesso de oleosidade. Contudo, Sodré explica que não é bem assim: “a acne parece estar mais associada à qualidade do sebo do que à sua quantidade. Todavia, a redução do sebo melhora esta condição. A caspa (dermatite seborreica) independe da quantidade do sebo, mas parece ser consequência do aumento de um microorganismo da pele humana que se nutre de gordura. O tratamento visa diminuir a população deste microorganismo”.

 
Para combater o excesso de oleosidade, o médico garante que são eficientes os medicamentos que diminuem as glândulas sebáceas ou diminuem o estímulo dos hormônios masculinos sobre elas. “Os tratamentos só têm efeito durante o tempo de uso dos medicamentos, a oleosidade volta aos níveis anteriores após a interrupção dos mesmos. Para a condução do tratamento deve-se procurar um dermatologista”, finaliza Celso.