• Edição 216
  • 20 de maio de 2010

Notícias da Semana

Homenagens, palestras e apresentações na comemoração dos 25 de Pós em nutrição

Michelly Rosa

Evento comemorativo aos 25 anos do PPGN contou também com a participação de profissionais consagrados na área de Nutrição na composição da mesa

O evento comemorativo aos 25 anos do Programa de Pós-graduação em Nutrição da UFRJ (PPGN) aconteceu na última quarta-feira (19/05) no Centro de Ciências da Saúde (CCS) e homenageou ex-coordenadores, ex-diretores do PPGN, além do patrono do instituto, Josué de Castro, através de sua filha Ana Maria de Castro, pela contribuição dele na evolução do curso. A atividade contou também com a participação de profissionais consagrados na área de Nutrição na composição da mesa, que deram grandes contribuições através de seus conhecimentos.  

O professor Almir Fraga Valadares, decano do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ (CCS), compôs a mesa de abertura junto à Elizabeth Accioly, diretora do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), e a Rosangela Alves Pereira, coordenadora do PPGN, que destacou: “esse evento dá visibilidade ao curso, compartilhando seu sucesso com os participantes.”  

Malaquias Batista Filho, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e representante do Instituto Materno Infantil de Pernambuco, ressaltou a batalha contra a fome no Brasil e no mundo. Segundo o professor, o problema da desigualdade é algo produzido pelo homem, não natural. Malaquias acrescentou ainda o papel da pós-graduação em Nutrição no desenvolvimento humano: “a desigualdade varia diante das tendências temporais e espaciais, por isso, é necessário estudar as diferenças nutricionais, a insegurança alimentar e os hábitos alimentares.” 

Para o desenvolvimento do nutricionista, a melhor qualificação é a garantia na formação de um profissional completo. Segundo a Pós-graduanda, Taís de Souza Lopes, o acesso à pesquisa, a trabalhos científicos e o intercâmbio com outras instituições (inclusive de outros países) são alguns dos maiores benefícios do PPGN. “Os profissionais que lecionam na pós-graduação em Nutrição da UFRJ são os melhores da área, e estão sempre se atualizando. Isso aumenta a qualidade ao curso”, reconhece a nutricionista. 

Para a consolidação dessa qualidade, a coordenadora Rosangela afirma que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é a instituição que dá ao PPGN e a todo curso de pós no Brasil a avaliação necessária para sua existência e manutenção da qualidade. 

O representante da Capes, Geraldo Brasileiro Filho, professor da UFMG, esclarece os critérios da Capes na avaliação de um curso de pós-graduação. “Nós avaliamos as propostas do programa, o corpo docente, o corpo discente através de suas teses, dissertações e publicações, além da produção intelectual do curso e da inserção social que promove”, explica o professor. 

As palestras da mesa redonda se encerraram com a explanação do professor Gilberto Kac, representante do Fórum de Coordenadores de Pós-graduação em Nutrição, que apresentou a evolução, organização e desafios dos Programas de Pós-graduação em Nutrição do Brasil, contando a história e as perspectivas para o futuro dos cursos. 

Diante dessas perspectivas, a aluna Taís Lopes reafirmou os benefícios da comemoração, no aumento da publicação dos trabalhos dos pós–graduandos e da interação entre os alunos, através da I Jornada de Pós-graduação em Nutrição, que ocorre no mesmo dia. “Esse evento é a consolidação do PPGN”, conclui a nutricionista. 


Conteúdo informativo para surdos em discussão


Marlon Câmara

Foto: Agência UFRJ de Notícias
Palestras sobre meios de comunicação e surdez foram traduzidas simultâneamente por intérpretes de libras

No dia 18 de maio ocorreu no Centro de Ciências da Saúde (CCS-UFRJ) o evento “A mídia é surda aos surdos?”, que trouxe debates a respeito das condições dos meios de comunicação para se adequar às necessidades dos deficientes auditivos.  

As palestras foram ministradas por profissionais de diferentes ramos da comunicação, com tradução simultânea em libras. Eles apresentaram questões de acessibilidade às quais a mídia deve se adequar para incluir o espectador surdo. 

Em uma das apresentações, as jornalistas Lacy Barca e Claudia Jacob, da TV Brasil, mostraram vídeos do programa Jornal Visual, destinado à comunidade surda e apresentado com tradução simultânea em libras, trazendo reportagens a respeito de eventos e assuntos de interesse dos deficientes. “A TV Brasil é pioneira, por apresentar um programa exclusivo para surdos. A televisão é um enorme desafio, pois seu conteúdo é, em sua maioria, audiovisual”, constatou Lacy.  

Entre as apresentações, também se destacou a fala de Roberta Savedra, colaboradora do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM-UFRJ), que expôs seu trabalho envolvendo estudantes surdos e sua interação com os meios de comunicação. Roberta explica que através da pesquisa com alunos surdos, pôde perceber a importância das figuras nos jornais para facilitar a compreensão do conteúdo da notícia.  

Segundo ela, também, a própria característica do jornalismo escrito do uso intenso de sinônimos no texto dificulta a compreensão dos leitores surdos, pois eles não têm conhecimento das variações das palavras, já que a libras não possui sinônimos. 

As falas dos jornalistas Valquíria Daher e Bernardo Esteves, respectivamente responsáveis pela revista Megazine, do jornal O Globo, e pelo site Ciência Hoje, basicamente apresentaram as dificuldades que possuem para adequar seus conteúdos às necessidades dos deficientes. Valquíria diz que a equipe da Megazine ainda é muito desinformada sobre o assunto, o que impede também que haja maior conteúdo sobre o tema publicado. “Para termos pautas inclusivas, precisamos antes ter mais informações sobre a questão”. Já o Ciência Hoje, segundo Bernardo, é mais integrado à causa, contendo vídeos com informações visuais (fotos e legendas), mas ainda peca na questão, pois nem todo o conteúdo do site possui esse formato.