Agência de Notícias da UFRJ www.olharvital.ufrj.br
Edição 184
13 de agosto de 2009

Notícias da Semana

Baixa estatura em foco

Amanda Salles

Diante dos diversos erros médicos que acontecem no diagnóstico de problemas no crescimento de crianças e adolescentes, alunos e médicos da UFRJ puderam assistir à palestra sobre “Baixa Estatura”, ministrada por Izabel Calland, professora-adjunta de endocrinologia pediátrica da Faculdade de Medicina da UFRJ, na terça-feira (11/8), no Anfiteatro Nobre do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ). O evento faz parte da série “Temas em Pediatria”.

A professora iniciou a palestra destacando o fato de que o crescimento é um processo contínuo, que vai desde a concepção até, em média, os 20 anos, e assim deve ser analisado em todo ser humano. Devido a sua longa duração, o crescimento está sujeito a diversas alterações que podem beneficiar ou prejudicar a pessoa.

Segundo Izabel Calland, o crescimento é um excelente indicador da saúde da criança e do adolescente. Caso o paciente tenha algum problema de saúde, ele pode refletir na continuidade e na regularidade do crescimento. Um desvio, neste caso, se torna um sinal de alerta.

Dentre os problemas para se diagnosticar os desvios nos pacientes, a utilização e o raciocínio correto da medida e do gráfico de crescimento são os fatores que mais afligem os médicos. “Uma medida adequada da criança vai permitir o raciocínio correto e a medida inadequada vai levar ao erro diagnóstico. Há a necessidade de se ter muita atenção nesse ponto, pois aqui no IPPMG é uma das coisas que mais acontecem. Além disso, outro problema ainda maior é a falta da aferição das medidas dos pacientes e de equipamentos adequados, que pode prejudicar e alterar a real medida da criança”, explica a Izabel Calland.

O diagnóstico correto deve levar em conta o potencial genético da criança e, principalmente, a velocidade do crescimento, o número de centímetros que a criança vai crescer a cada semana e a fase de idade que o paciente está vivendo. “Por exemplo, no primeiro ano de vida, a velocidade do crescimento da criança fica em torno de 25 a 30 centímetros por ano, extremamente alta, e vai desacelerando progressivamente”, relata Izabel Calland.

A primeira manifestação de uma doença pode acontecer através da baixa estatura. A Síndrome de Down e a Síndrome de Turner são algumas das doenças genéticas que se relacionam com o problema, estimulando o pouco crescimento da criança. Além disso, apesar de raros, fatores endocrinológicos também podem influenciar a baixa estatura, como o hipotireoidismo.

Segundo Izabel Calland, a partir de todas as dificuldades para o bom diagnóstico dos pacientes que realmente têm problemas de baixa estatura, fazem-se necessários ainda mais instrução aos novos médicos e acesso irrestrito a bons equipamentos. Do contrário, continuará a haver dezenas de erros diagnósticos, prejudicando a vida das crianças.

Anteriores