Edição 187
03 de setembro de 2009
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Edição 187
03 de setembro de 2009
Chamar a atenção dos pais, cada vez mais ocupados, para as peculiaridades e cuidados que se deve ter com os dentes das crianças é um dos desafios dos dentistas hoje. O tratamento e um acompanhamento adequado, desde o nascimento, tornam-se essenciais para a boa saúde bucal, por toda a vida.
Segundo Ivete Pomarico, professora da Faculdade de Odontologia da UFRJ e especializada em Odontopediatria, durante os primeiros meses de vida, os bebês devem receber exclusivamente o leite materno. Neste caso, não há necessidade de uma higiene na cavidade bucal da criança. Porém, as mães também não podem esquecer de se cuidar, pois a sua saúde influenciará na saúde do próprio filho.
A partir do momento em que a criança começa a consumir outros tipos de alimento, além do leite materno, faz-se necessária a higienização. Inicialmente, não se usam dentifrícios e a mãe deve utilizar gaze umedecida em água filtrada, passando pela língua, pela bochecha e pelo rebordo alveolar. Assim, quando os dentes romperem, entre seis e sete meses, a criança já estará habituada a ter a cavidade bucal higienizada.
Por volta dos dois anos de idade, o ato de cuspir já começa a ser adquirido pela criança, e os molares, dentes mais posteriores, já aparecem. A partir desse momento, passam a ser utilizados outros mecanismos de limpeza bucal, como a dedeira e as escovas de dente para bebês. Além disso, também é recomendado o uso de uma pasta de dente, totalmente sem flúor, para que não haja o perigo de a criança engolir.
Nos anos seguintes, com a avaliação e a observação de um dentista sobre o nível de cárie da criança, ela será autorizada, gradativamente, a usar pastas de dente com um teor maior de flúor. “É importante ressaltar que a quantidade de pasta colocada na escova de dente, seja com flúor ou sem, deve ser mínima. Deve-se sujar somente a ponta da escova de dente”, explica Ivete Pomarico.
O cuidado com os dentes de leite ou temporários é outro problema que os dentistas têm que enfrentar. Muitos pais acreditam que, devido ao fato de esses dentes serem substituídos depois por dentes permanentes, eles não precisam de atenção. Porém, a saúde dos dentes permanentes é consequência da saúde dos temporários. Além da cárie, o não-tratamento dos dentes, temporários ou permanentes, pode causar outras doenças, como a gengivite.
Cuidados com os dentes das crianças
Uma alimentação perfeita é primordial para a constituição de dentes saudáveis. No entanto, muitos pais acreditam que com o uso de cálcio está resolvido o problema para se conseguir dentes fortes. O cálcio é importante e um dos principais elementos da constituição dos dentes, mas necessita ser aplicado na época em que o dente está em formação. Além do cálcio, são importantes para a constituição de dentes fortes: fósforo e vitaminas, principalmente A, C e D.
Os doces são um dos principais fatores coadjuvantes da cárie. Não se deve proibir as crianças de comerem; porém, é sugerido que comam e logo depois façam a higienização correta. A escovação deve iniciar-se, na criança, o mais cedo possível. A parte da noite é a mais importante, pois é nesse período que há diminuição da excreção salivar, um dos elementos naturais e benéficos de limpeza dos dentes. “Os pais são diretamente responsáveis pela fiscalização da escovação. Quando a criança já está crescida, deve-se ter cuidado com a tomada de certa autonomia, pois há que se ter a certeza de que os dentes estão bem escovados”, esclarece Ivete Pomarico.
De seis em seis meses, os dentes devem ser examinados por um dentista, a fim de que as cáries sejam tratadas enquanto ainda estiverem no início. Os exames feitos nas crianças permitem ao profissional verificar qualquer alteração na articulação dos dentes e corrigi-la ainda a tempo. O acompanhamento desde cedo possibilitará parâmetros para o diagnóstico futuro.