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Edição 179
9 de julho de 2009
Desde que o Olhar Vital primeiro buscou divulgar informações sobre a nova gripe no dia 30 de abril, o quadro se alterou bastante nacional e internacionalmente. Até então eram contabilizados pelo Ministério da Saúde dois casos suspeitos internados e 36 casos sob monitoramento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) possuía a estimativa de 200 casos da doença, sendo a maioria na América do Norte e Europa.
Hoje o quadro é outro: os casos aumentaram e se espalharam em escala global. No dia 11 de junho a OMS elevou o alerta global para o nível 6 (o mais alto), oficializando assim o status de pandemia e redobrando a atenção ao sistema de vigilância no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde havia confirmado até o dia 6 de julho um total de 905 casos, a maioria vindos da Argentina, e uma morte.
O medo da doença levou diversas escolas a anteciparem as férias de julho devido ao risco de contágio, ainda que o Ministério da Saúde mantenha a avaliação de que os casos estão se restringindo a pessoas que viajaram para locais de foco da gripe, ou seja, que ainda não há transmissão constante do vírus na população, a chamada “transmissão sustentada”.
O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) é um dos hospitais listados como referência no tratamento da nova gripe pelo Ministério da Saúde. Sendo assim, está buscando estabelecer medidas internas que facilitem a triagem e o atendimento do grande número de casos suspeitos que chegam às suas portas, além de medidas externas, fornecendo recomendações, esclarecimentos e suporte à população com relação a prevenção e procedimentos para casos suspeitos.
De acordo com Roberto Fiszman, chefe do Setor de Epidemiologia do HUCFF, o procedimento a ser tomado pela população é de, em caso de necessidade, se dirigir aos postos habituais de atendimento de saúde, que irão, se preciso, encaminhar o paciente a um hospital de referência para tratamento ou internação. “Dessa forma, o atendimento é descentralizado e se evita o inchaço desnecessário do hospital, causado por pessoas que recorrem a ele por medo exagerado da pandemia, sem sintomas ou suspeitas reais de doença.” O protocolo continua a determinar como fatores de risco os quesitos “viagem para o exterior” e “contato próximo com casos confirmados”.
É importante lembrar que o status de pandemia não eleva a gravidade da doença em si. Fiszman afirma que as medidas de prevenção continuam sendo lavar bem as mãos e proteger com lenços a boca e o nariz ao espirrar ou tossir. O Ministério da Saúde recomenda ainda que se evitem aglomerações e ambientes fechados, ou seja, os mesmos cuidados utilizados com a gripe sazonal.
Mesmo assim, segundo o epidemiologista, a população continua a se dirigir ao HUCFF. Por isso sua equipe realiza reuniões internas periódicas para estudar a melhor maneira de capacitar e treinar seus profissionais, principalmente os de emergência, além de criar áreas de isolamento devido à maior complexidade dos casos que recebe.