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Edição 188
10 de setembro de 2009
Na esperança de melhores condições de saúde, é comum que pessoas atingidas pela obesidade recorram a operações para a redução do estômago. No entanto, para o tratamento da doença, a intervenção, conhecida como cirurgia bariátrica, é apenas o começo de uma luta maior: é preciso que o paciente busque condicionamento físico e, acima de tudo, siga uma alimentação adequada e saudável.
Para facilitar e trazer alternativas a essa fase do tratamento, Eliane Lopes Rosado, professora do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da UFRJ, pesquisa o efeito do consumo de linhaça no apetite e saciedade de mulheres que foram submetidas à cirurgia bariátrica. “Nosso objetivo é avaliar a influência dos diferentes tipos de linhaça, visto que o principal problema no pós-operatório tardio (após algum tempo de realização da cirurgia) é a falta de controle da quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos”, relata a pesquisadora.
De acordo com a professora, indivíduos que realizaram o procedimento cirúrgico se diferenciam dos demais em relação ao controle da ingestão energética. “Isso ocorre porque um dos principais objetivos da cirurgia é a restrição alimentar, por meio da redução drástica do tamanho do estômago. No entanto, com o tempo, pode haver retorno do consumo energético anterior à cirurgia, como uma adaptação à nova situação”, aponta.
“Após a cirurgia, a perda de peso saudável e a manutenção do peso corporal é meta da equipe de saúde e do paciente”, observa a professora. É aí que a linhaça entra em cena e pode ajudar: Eliane informou que o alimento é útil no controle do apetite e ainda possui outros benefícios à saúde, que serão observados e descritos em seu estudo.
Segundo a especialista, também será verificada na pesquisa a relação das sensações de apetite e saciedade com a secreção de alguns hormônios, que podem ter influência sobre a ingestão alimentar. Os resultados obtidos auxiliarão o profissional nutricionista no acompanhamento de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, já que muitos não conseguem controlar sua ingestão alimentar e acabam recuperando o peso perdido.
Recrutamento de voluntários
Para a realização de seu estudo, Eliane Rosado está selecionando mulheres que tenham passado pela cirurgia de redução do estômago, no período mínimo de dois anos. As interessadas devem entrar em contato com a nutricionista Larissa Cohen, através do número (21) 9649-0176 ou do e-mail: laricohen@hotmail.com. Ou ainda com a própria Eliane, pelo telefone (21) 2562-6601 e e-mail elianerosado@nutricao.ufrj.br . No total, serão avaliadas 30 mulheres.
“Faremos uma consulta inicial para preenchimento da ficha de dados gerais das voluntárias e esclarecimentos sobre a pesquisa. Em seguida, ocorrem três ensaios clínicos em dias diferentes, na parte da manhã. Esses ensaios serão feitos com número reduzido de mulheres, aproximadamente três”, indica a pesquisadora.
Ela informou que serão realizadas duas coletas de sangue por ensaio clínico: uma em jejum e outra no final da manhã. “No total, serão seis coletas, cada uma de 15mL de sangue, o que é bem pouco. Também ofereceremos uma refeição-teste contendo linhaça, na forma de muffins”, ressalta Eliane.
O projeto já possui aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da UFRJ e conta com a colaboração do doutor João Regis, do Serviço de Cirurgia Bariátrica do HUCFF.