No mês de maio comemoram-se, nos dias 5 e 7 respectivamente, o Dia Mundial de Combate à Asma e o Dia Nacional de Prevenção de Doenças Alérgicas. Por isso, na semana de 3 a 9 de maio a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – Rio de Janeiro (ASBAI- RJ) promove a Semana Carioca de Alergia. Participando das celebrações, o Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), em parceria com a ASBAI, realizou na última terça-feira (05/05), uma série de palestras sobre alergias cutâneas e respiratórias.
Com atividades de caráter interativo, os profissionais do serviço e os acadêmicos da universidade procuraram informar e tirar dúvidas dos pacientes a respeito das características e mecanismos das principais doenças alérgicas. De causas a tratamentos, a equipe abordou diversos aspectos das patologias e ainda maneiras de preveni-las e amenizar seus sintomas. O evento ocorreu no Ambulatório de Imunologia e contou com a participação de áreas diversas como a enfermagem e a fisioterapia.
Segundo Solange Valle, vice-chefe do Serviço de Imunologia, a semana já acontece há muitos anos levando informação ao público leigo em lugares, como a praia de Copacabana. “O objetivo é informar à população acerca das principais doenças alérgicas, como preveni-las e os tipos de tratamentos existentes”, afirma Solange. A professora Gisele Viana, chefe do Serviço de Imunologia, completa a ideia da colega ressaltando que dentro do hospital é também muito importante tirar as dúvidas dos pacientes. As professoras afirmam que o público gosta muito da iniciativa e que a resposta tem sido muito boa.
Dando início às apresentações, o tema “sinusite” foi abordado por acadêmicas do curso de enfermagem, que explicaram suas causas e desenvolvimento. Segundo elas, a sinusite pode ser causada de diversas maneiras: por infecção viral, por inflamação através de alergia ou por poluentes.
— Nós temos cavidades na face, em volta dos olhos e do nariz, que possuem mucosas com glândulas produtoras de um muco que em excesso pode se acumular na face. Quando respiramos não inalamos apenas ar, pois este não é completamente limpo e contém partículas poluentes como fumaça, sujeira e ácaros. Os cílios existentes nessas cavidades retêm essas poeiras, formando assim uma secreção na mucosa onde fungos e bactérias podem se multiplicar. O acúmulo dessa secreção provoca inflamação, causa dor na face e na cabeça, tosse, coriza, sensação de cansaço e em alguns casos febre — explicam as alunas.
Elas alertam que a secreção, ao escorrer, pode ter características de coriza, sendo branca, ou amarelada/esverdeada, no caso de algum tipo de infecção. Apesar de classificarem a prevenção como complicada, devido ao caráter público do ambiente em que vivemos, elas recomendam que se evitem ar-condicionado, ambientes muito fechados e o fumo. Para aliviar os sintomas a recomendação é fazer uso de solução fisiológica para limpar o nariz e de vaporização para facilitar a eliminação das secreções. Concluindo a palestra, as alunas fizeram um alerta lembrando a importância da ingestão de líquidos, principalmente no inverno, quando não sentimos tanta sede. Além disso, alertaram que o não-tratamento da rinite e de outras alergias pode evoluir para a sinusite.
O evento prosseguiu com uma apresentação da fisioterapeuta Luciana Elena, sobre fisioterapia respiratória. Ela explicou que as inflamações da via aérea causadas pela alergia levam a edemas, que provocam um aumento do esforço por parte da musculatura da região. “Esses fatores, inflamação e secreção, fazem com que haja uma diminuição do calibre da via aérea. Isso prejudica a passagem de ar e causa a falta de ar”, explica Luciana.
De acordo com ela, o papel da fisioterapia é dividido em duas ações. A primeira são os exercícios respiratórios, que mantêm a boa capacidade de expansão do pulmão para que o paciente tenha um trabalho respiratório correto e também a boa ventilação do órgão. A segunda ação é através do condicionamento físico, que melhora a entrada de oxigênio do organismo, a musculatura respiratória e contribui para normalizar a frequência cardíaca. Luciana conclui afirmando que esses fatores diminuiriam o cansaço do paciente ao realizar esforço físico e reduziriam a falta de ar.