Semana passada, o Por uma boa causa esclareceu alguns mitos sobre os alimentos afrodisíacos. Esta semana, com a ajuda de Flávia Leite, nutricionista-clínica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), o Olhar Vital fala sobre a ostra, alimento rico em alguns minerais, mas que pode trazer alguns problemas caso não seja consumido nas condições certas.
Segundo Flávia Leite, a ostra é um alimento rico em zinco e outras substâncias que podem ter algum efeito sobre a ativação da libido. “As ostras são descritas como alimentos afrodisíacos desde o século II d.C. pelos romanos. São ricas em zinco, importante para a produção de esperma e de testosterona; selênio, que melhora o desempenho sexual; e ferro, que aumenta a oxigenação do sangue. Sua influência sobre a libido se dá por causa do estímulo que esses nutrientes promovem na corrente sanguínea”, explicou.
Ainda de acordo com a nutricionista, alguns outros frutos do mar podem influenciar na liberação de hormônios. “Recentemente, constatou-se que mexilhões e mariscos contêm ácido D-aspártico. Os compostos de NMDA (N-metil-D-aspartato) podem ser eficazes na liberação de hormônios sexuais como a testosterona e o estrogênio”, acrescentou.
Segundo Flávia, os nutrientes contidos nesses alimentos auxiliam no desempenho sexual, mas não existem comprovações científicas que garantam que determinado alimento tenha ação afrodisíaca. “Cientistas ainda não determinaram se há quantidade suficiente desses compostos nos frutos do mar para fazer alguma diferença”, destaca.
Apesar dos benefícios que a ostra pode trazer como afrodisíaco, ela também pode arruinar sua noite romântica se estiver contaminada por alguma toxina. “Os principais sintomas provocados pelo consumo de moluscos contaminados por toxinas são diarreia, náusea, vômito, dor de cabeça e, em casos extremos, pode até causar parada respiratória”, alerta a nutricionista.
É preciso tomar muito cuidado com a origem das ostras para que seja adquirido um produto de qualidade. De acordo com Flávia Leite, a ostra é um alimento de fácil contaminação e requer muito cuidado na hora da compra. “É muito comum, principalmente na região nordeste, o consumo de ostras nas praias, onde há o risco de o alimento não estar em condições ideais para o consumo. Recomenda-se comprar sempre em locais reconhecidos e que sejam fiscalizados ou em restaurantes onde sejam tomadas precauções com a compra, o armazenamento e o preparo.”
Para que se aproveitem os possíveis benefícios desse alimento, também é necessário tomar alguns cuidados no momento da degustação. Segundo a Vigilância Sanitária, é preciso que as ostras tenham leve cheiro de mar e sejam mantidas em temperaturas abaixo de 5ºC, mesmo no momento do consumo. “Deve-se evitar também o consumo de frutos do mar crus ou malcozidos. E, se possível, deve-se consumi-los logo após o preparo”, explicou a nutricionista.