• Edição 166
  • 02 de abril de 2009

Argumento

Núcleo do IPPMG atende crianças vítimas de violência

Igor Costa

Nas últimas semanas, vários casos de abusos sexuais contra crianças foram notificados pela mídia. Após essa experiência traumática, é necessário que a vítima passe por um tratamento para atenuar as sequelas físicas e psicológicas. O Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ) oferece esse tratamento por meio do Núcleo de Atenção à Criança Vítima de Violência.

O Núcleo atende desde 1996, quando foi criado o Ambulatório da Família, que desde então já atendeu a 915 crianças vítimas de abusos físicos, sexuais, psicológicos e negligência. Segundo o Dr. Mario Marques, um dos coordenadores do núcleo, há situações em que mais de um tipo de abuso é identificado.

O núcleo oferece atendimento a crianças internadas no IPPMG e que são encaminhadas por outros hospitais, pelo conselho tutelar e até por escolas. Segundo Mario Marques, no começo, por conta da escassez de profissionais treinados para esse tipo de tratamento e da demanda muito grande, foi necessário, durante algum tempo, restringir a divulgação do serviço. “Mas todos os casos encaminhados, e que chegaram ao Setor de Triagem do IPPMG, foram devidamente atendidos pelo nosso serviço”, salienta o doutor.

Uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, é responsável pelos atendimentos. Inicialmente, a criança é atendida por um pediatra e uma enfermeira, que colhem dados sobre os maus-tratos, realizam exames físicos e indicam exames laboratoriais se necessário. “Semanalmente toda a equipe se reúne para a discussão dos casos e então são definidas as demandas específicas de atendimento a cada caso – assistência pela Psicologia, identificação de demandas para o Serviço Social, notificação dos casos ao Conselho Tutelar, identificação de outras instituições para encaminhamento de questões especiais”, explicou o coordenador.

O núcleo não tem nenhuma ligação com qualquer órgão policial. Segundo o Dr. Mario, em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente, todo caso de suspeita ou violência confirmada contra a criança e o adolescente é notificado ao Conselho Tutelar. “Nosso compromisso é com as vítimas e seus responsáveis, através de atendimento médico, psicológico e apoio social”, conclui o doutor.