A mestranda Angela Cristina Akel Mameri defende, no dia 6 de abril, a tese de mestrado intitulada “Dermatite Seborreica – Critérios para Classificação e Caracterização Histológica e Imunoistoquímica”. A defesa acontece no auditório Alice Rosa, 12º andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), às 9 horas.
A Dermatite Seborreica (DS) é uma doença crônica, inflamatória, de alta incidência e prevalência. Ainda que tenha sido descrita em 1887, suas formas clínicas não foram bem individualizadas, assim como sua etiopatogenia, os aspectos histológicos e imunoistoquímicos não ficaram claros até o momento.
O objetivo da tese é criar um método de avaliação clínica da dermatite seborreica através de um escore de gravidade (Seborrheic Dermatitis Severity Score – SEDESS) e validá-lo com os dados existentes na literatura. E, após essa etapa, analisar os aspectos histológicos e imunoistoquímicos da dermatite seborreica e correlacionar os achados com a classificação SEDESS.
Para isso, a mestranda escolheu 21 pacientes com diagnóstico clínico e histopatológico de DS, e os submeteu ao SEDESS. Para a análise imunoistoquímica foram utilizados os anticorpos primários anti-CD15, anti-CD4, anti-CD8, anti-CD5, anti-CD20 e anti-CD68.
Após essa análise dos 21 pacientes (14 do sexo masculino), a pesquisadora classificou oito na forma leve, nove na moderada e quatro na grave. A histopatologia demonstrou paraceratose (focal e difusa) em 95% e espongiose em 52% dos pacientes, além de infiltrado inflamatório perivascular e perifolicular de mononucleares.
O anticorpo CD4 foi positivo em 20 pacientes, sendo de forma intensa em nove e moderada em quatro; o anticorpo CD8 foi intenso em um paciente e moderado em três; e o anticorpo CD68 foi detectado em todos os pacientes, mas intenso apenas em dois e moderado em quatro; CD15, CD 20 e CD 57 apresentaram apenas positividade leve.
De posse desses dados, a Dra. Angela Mameri concluiu que existe uma forma clínica leve de dermatite seborreica em que a seborreia é predominante, indistinguível histopatologicamente e imunoistoquimicamente das formas clássicas (moderada e grave). O escore SEDESS proposto se mostrou um método válido para se classificar as formas clínicas de dermatite seborreica. Houve ainda correlação do SEDESS com as descrições encontradas na literatura. A espongiose predominou na forma leve. A presença de células inflamatórias no infiltrado perivascular e perifolicular, predominantemente de células T CD4+, é compatível com uma dermatose inflamatória de etiologia imunológica. Existe, aparentemente, associação entre CD20 e a forma grave da doença.