Do G1, em São Paulo
Fibrina, o principal "ingrediente" da coagulação sanguínea, é um polímero notavelmente versátil. De um lado, forma o tecido fibroso que estanca hemorragias. De outro, serve como “andaime” para trombos, os coágulos que bloqueiam vasos sanguíneos, causam danos aos tecidos e resultam em enfarte do miocárdio, derrame isquêmico e outras doenças cardiovasculares. Essa força e versatilidade foram objeto de pesquisa publicada nesta quinta-feira (6) na “Science”. Cientistas da Universidade da Pensilvânia se debruçaram sobre o “desdobramento” que permite à fibrina manter suas notáveis e contraditórias características.
Dominar a mecânica molecular dos coágulos vai ajudar na concepção de novos tratamentos não apenas para preveni-los ou removê-los, nos casos em que podem acabar em ataque cardíaco ou derrame cerebral, mas também para estimular a coagulação em pessoas com desordens hemorrágicas. As características incomuns da fibrina também podem ser aproveitadas no desenvolvimento de materiais sintéticos baseados em sua biologia.
Os pesquisadores descobriram que, à medida que a fibrina estica, seu volume diminui. Para um estiramento de 3 vezes o tamanho inicial, seu volume reduz a um décimo. Essa extensibilidade permite que a fibrina estique durante a cura de uma ferida ao mesmo tempo em que permanece suficientemente permeável para permitir sua destruição por enzimas quando não é mais necessária.
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