Oito das nove unidades hospitalares da UFRJ estão integradas à Rede Universitária de Telemedicina (RUTE). Iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, a rede foi criada em 2006 com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), sob coordenação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Do complexo da UFRJ fazem parte o Hospital-Escola São Francisco de Assis (HESFA), Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Instituto de Doenças do Tórax (IDT), Instituto de Ginecologia (IG), Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC), Instituto de Psiquiatria, Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e a Maternidade-Escola (ME).
De acordo com Rosangela da Silva Santos, professora titular da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) e uma das coordenadoras da Divisão de Desenvolvimento Acadêmico-Científico do HESFA, a RUTE tem por objetivo socializar o conhecimento em saúde simultaneamente para um grande número de pessoas. “Temos a possibilidade de realizar uma conferência em um local, aqui no HESFA, por exemplo, e transmitir ao país inteiro”, diz Rosangela.
Além de disseminar o conhecimento científico, a RUTE também contribui para o diagnóstico de pacientes a distância ao facilitar a colaboração entre diferentes institutos. O aprimoramento da infraestrutura de comunicação contribui para evitar o deslocamento desnecessário de pacientes e levar diagnóstico a áreas carentes de alguma especialidade.
“Em casos de dificuldade no esclarecimento de um diagnóstico, o médico pode estabelecer contato com outros especialistas, mandar o resultado de um exame para ser avaliado e receber uma segunda opinião quase que instantaneamente. Isso é um avanço muito grande, pois facilita que regiões mais afastadas tenham a possibilidade de um diagnóstico que não poderia ser feito lá ou que demoraria muito”, ressalta a professora.
Hospital-Escola São Francisco de Assis
No HESFA, o projeto foi aprovado em 2008 e se encontra atualmente em fase de implantação. “O equipamento já foi liberado, tivemos que fazer obras no anfiteatro por medida de segurança e para acomodar todo o equipamento”, conta Rosangela. O hospital aguarda apenas a resolução de dificuldades técnicas, que devem ser solucionadas até a próxima semana. Segundo Rosangela, o HESFA disponibilizou o espaço, ficando o investimento em equipamento exclusivamente a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia. As teleconferências devem começar em agosto, ocorrendo periodicamente na última quarta-feira de cada mês.
Dois projetos deverão utilizar a tecnologia da RUTE: o HESFA possui um grupo de estudo focado na prevenção e assistência às doenças sexualmente transmissíveis e HIV/AIDS, coordenado pela professora Carla Luzia França Araújo; há participação também, através da professora Deyse Conceição Santoro, da Escola de Enfermagem Anna Nery, no grupo Enfermagem Intensiva e de Alta Complexidade, coordenado pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ). Esse grupo visa desenvolver um processo de teleducação em enfermagem intensivista e de alta complexidade no Brasil.