Em 2009 o Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ completa 40 anos e, para comemorar, durante o ano o ICB promove 16 atividades acadêmicas que constituem a Escola de Altos Estudos “A Biomedicina do Século XXI”. O próximo evento é: “ICB de portas abertas: o corpo do macro ao micro”. Conheça a trajetória do instituto, seu atual panorama e aspirações.
A reforma universitária de 1968 estabeleceu que o ciclo básico das profissões das áreas da saúde seria separado do ciclo profissional e unificado em institutos de Ciências Biomédicas. Então, foram reunidos professores de anatomia, histologia, fisiologia e farmacologia com o intuito de coordenar e integrar o estudo das Ciências Biomédicas. Assim, em 1969 foi fundado o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB/UFRJ).
– A criação do ICB permitiu a maior proximidade com o Instituto de Biofísica, fundado em 1945 por Carlos Chagas Filho, o que garantiu uma gradativa, porém sustentada, introdução da pesquisa científica nos departamentos. Porém, se acentuou a separação entre a pesquisa básica, a pesquisa clínica e a prática das profissões da saúde – analisa o professor Roberto Lent, diretor do ICB.
O primeiro diretor do ICB, Lauro Sollero, implantou o instituto ainda na Praia Vermelha, onde permaneceu até 1972, quando foi transferido para o campus da Cidade Universitária. O ICB é responsável pela maior parte da formação básica biomédica dos cursos de Medicina, Ciências Biológicas, Farmácia, Enfermagem, Odontologia, Educação Física, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Física Médica.
Panorama atual
Desde 1994, o instituto possui sua própria graduação, o curso de Ciências Biológicas, modalidade médica. “Em 2009 implementamos a entrada semestral de alunos, dobrando de 42 para 84 as vagas da graduação, atendendo ao Programa de Reestruturação da Universidade (REUNI)”, afirma o diretor. O curso dá ao aluno embasamento teórico e científico na área da saúde, inserindo-o nos laboratórios de pesquisa da UFRJ e de outras instituições de ensino e pesquisa no Brasil.
A revista eletrônica Bio é o meio de divulgação das atividades do instituto para a sociedade. Ela vai ao ar quinzenalmente na página de abertura do site (http://www.icb.ufrj.br) e conta com a participação de professores, alunos e profissionais de comunicação.
Atualmente, o ICB possui dois programas de pós-graduação, o de Ciências Morfológicas, coordenado pelo professor Vivaldo Moura Neto, e o de Farmacologia e Química Medicinal, que está sob a responsabilidade do professor François Noel.
Em seu programa de extensão realiza várias atividades para a comunidade: “Como cursos de verão em Farmacologia, programas de formação complementar de professores do ensino básico e um intensivo programa de atividades nas escolas públicas da 4ª Coordenação Regional de Educação do município do Rio de Janeiro”, diz o professor.
Perspectivas
Recentemente, o ICB teve os seus méritos científicos reconhecidos pelo Ministério da Saúde. O instituto irá receber uma dotação de quase R$ 5 milhões para implantar, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, um laboratório nacional de células-tronco embrionárias. Tal instalação permitirá o fornecimento, para todo o país, dessa linhagem de células produzida em laboratório, para ser usada tanto em pesquisa como em terapias celulares.
– Nessa discussão toda dos 40 anos, o ICB está querendo se reaproximar do Hospital Universitário, da Faculdade de Medicina e das demais unidades profissionais. Ao fazer isso, o ICB está reorientando a sua missão e passando, de fato, a ser um Instituto de Ciências Biomédicas, um instituto que seria uma interface entre a Biologia e a Medicina – avalia Roberto Lent.
ICB de portas abertas
Entre os dias 13 e 17 de julho, nos blocos B, F, J e K do Centro de Ciências da Saúde, acontece o evento “ICB de portas abertas: o corpo do macro ao micro”. “Pretendemos atrair professores e alunos do ensino básico para visitar o instituto e conhecer seu trabalho, utilizando atividades especialmente desenhadas para esse público, como oficinas e conferências”, explica Roberto.
Professores e alunos do ICB receberão alunos do ensino básico, previamente inscritos, em grupos que participarão das oficinas experimentais com os temas “sistema reprodutor”, “esquistossomose” e “sistema locomotor”.