Luis Fernando Correia, especial para o G1
Mais da metade das mortes por câncer poderia ser evitada a cada ano com mudanças nos hábitos de vida e medidas de prevenção e tratamento precoce. A conclusão é da American Cancer Society, que divulgou um estudo mostrando que 62% das mortes podem ser evitadas a cada ano.
Os diversos tipos de câncer tiram a vida de mais de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Somente o câncer de pulmão mata, segundo a Organização Mundial da Saúde, 1,3 milhões de pessoas por ano. Esse número pode ser diminuído, e a prova disso é a constatação de que, após as campanhas educativas, aumento de taxas sobre o cigarro, leis controlando a propaganda e a diminuição do espaço para utilização do tabaco, o número de mortes relacionadas ao cigarro já diminuiu 25%.
O mesmo relatório aponta para o fato de que duzentas mil mortes a cada ano são devidas a casos de câncer associados à má nutrição, sedentarismo, obesidade e estilo de vida inadequado. O câncer de mama atingirá mais de 1 milhão de mulheres neste ano, no mundo todo. No Brasil serão 50 mil casos novos neste ano. Se o mesmo câncer de mama for diagnosticado precocemente, pode ser tratado e curado. Seguindo esse raciocínio, o cálculo dos pesquisadores passa a fazer sentido.
Avanço
A medicina tem avançado no estabelecimento de diretrizes de diagnóstico precoce e tratamento eficiente de vários tipos de tumores, como os de intestino e próstata, que são grandes matadores na sociedade moderna. O que precisamos é aplicar essas diretrizes de forma eficiente.
As campanhas governamentais têm um papel importante nesse esforço de prevenção e educação da população, porém as mudanças de comportamento e de hábitos de vida são fundamentais e dependem de esforço pessoal.
A partir desta sexta (29) vamos trazer informações direto do congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que acaba de começar em Orlando.
Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN.
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