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Edição 229
19 de agosto de 2010
O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) recebeu ontem, 18 de agosto, nova Unidade de Diagnóstico Mamário (UDM), que dispõe de mamografia digital CR e ultrassonografia, que podem ser realizadas no mesmo dia.
O equipamento foi doado pelo instituto Avon e o mamógrafo digital foi comprado com recursos obtidos através de um projeto de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Parte da verba será utilizada também na reforma do setor de mastologia do Hospital.
De acordo com Afrânio Coelho de Oliveira, mastologista da unidade, um novo modelo adequado às atuais dificuldades é a criação de Unidades de Diagnóstico Mamário onde se promove o atendimento multidisciplinar quando a paciente é encaminhada da atenção primária com alterações clínicas e/ou de imagem a fim de elucidação diagnóstica.
“A paciente é atendida pelo mastologista e radiologista apoiado nos exames clínicos, mamografia digital e ultrassonografia resolutiva. A unidade dispõe de métodos de biópsia (PAAF e core-biópsia) sendo realizadas no mesmo dia”, relata o mastologista.
O grande diferencial desse novo serviço é a diminuição de casos avançados de câncer de mama pela demora na entrega dos exames. O objetivo da UDM é obter o resultado da biópsia em 72 hs. “Habitualmente a mulher demora de 6 a 12 meses para realizar uma biópsia. Acreditamos que este é um modelo que pode abreviar o sofrimento de muitas mulheres portadoras de câncer de mama que no SUS chegam em estágio avançado da doença”, declara Afrânio.
No UDM do HUCFF da UFRJ estamos equipados e preparados para atender à demanda de exames de mulheres com suspeita de câncer de mama (exames de esclarecimento diagnóstico).
“O nosso objetivo é realizar em média 200 atendimentos multidisciplinares por mês, atendendo à pacientes oriundas do próprio hospital e da rede pública (SUS).”, afirma o mastologista.
O câncer de mama
Esta é uma das neoplasias mais comuns entre a população feminina em todo o mundo e representa, nos países ocidentais, uma das principais causas de morte em mulheres. O risco de câncer de mama aumenta principalmente após a quinta década de vida, a razão pela qual os programas de rastreio devem se iniciar a partir deste momento.
No Brasil é o tumor maligno mais incidente na região sudeste, com o risco estimado de 73 novos casos por 100 mil mulheres. Portanto, deve ser considerado o enorme benefício do diagnóstico precoce alcançado por meio do rastreio mamográfico que permite às mulheres continuarem inseridas na vida social, com sua capacidade de trabalho preservada e terem um aumento global da sobrevida.
“A implantação de programas de rastreio no câncer de mama leva a um aumento no diagnóstico de lesões impalpáveis da mama, e a consequente necessidade de procedimentos invasivos diagnósticos, orientados por método de imagem”, declara Afrânio Coelho.