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Edição 232
09 de setembro de 2010
O padrão alimentar do brasileiro tem mudado nas últimas décadas, devido ao aumento do consumo de lanches fast food e produtos industrializados. A alimentação inadequada é preocupante quando se trata, principalmente, de crianças e jovens. A tendência é que esse público escolha alimentos ricos em açúcares e gorduras – mais atraentes que frutas e legumes –, correndo o risco de se tornarem adultos obesos.
As professoras e pesquisadoras Anna Paola Pierucci e Cristiana Pedrosa, do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da UFRJ, desenvolvem projetos de pesquisa e extensão no Laboratório de Desenvolvimento de alimentos para fins especiais e educacionais (LabDAFEE), em um contexto pedagógico de avaliação e transmissão do conhecimento sobre alimentos e nutrição à comunidade escolar e seus familiares. “Acreditamos que a intervenção educativa em uma fase de vida precoce, a infância, pode contribuir para que, na adolescência, sejam feitas escolhas por alimentos saudáveis”, diz Anna Pierucci.
Atualmente, as pesquisadoras trabalham no projeto "Desenvolvimento e aplicação de jogos lúdicos voltados para alimentação infanto-juvenil", que visa à promoção de práticas de alimentação saudável entre crianças, adolescentes e jovens, principalmente. “Consideramos que a melhor maneira de atingir o público infantil é por meio de jogos, brincadeiras e histórias. Assim, este projeto prevê o desenvolvimento de materiais didáticos lúdicos sobre alimentos, sua composição, sua origem e suas funções biológicas.”
Os jogos apresentam diferentes graus de dificuldade e são aplicados de acordo com a faixa etária. Exploram diferentes técnicas de raciocínio, que vão desde jogos de ligar, dominó, encaixe até jogo de cartas. Este jogo é denominado Sapere e apresenta alimentos de origem vegetal com abordagem interdisciplinar, que envolve disciplinas como Biologia, Matemática, Português e Ciências. É jogado com, pelo menos, dois jogadores. Um desafia o outro através de cartas e estimula o conhecimento das fontes alimentares dos diferentes nutrientes que compõem uma alimentação equilibrada. Promove, ainda, o reconhecimento da imagem de cada alimento, por meio de fotos de alimentos naturais e seu nome científico.
Além dos jogos, outras atividades realizadas em gincanas promovidas nas escolas, onde equipes competem entre si para estruturar um prato de almoço saudável e para construir a “pirâmide dos alimentos”, baseada na composição nutricional e na quantidade recomendada para o consumo de cada alimento.
A inovação do projeto é abordar de maneira lúdica um assunto científico e técnico, de suma importância para a saúde e qualidade de vida, de modo a atingir o público infantil, desenvolvendo futuros adultos saudáveis. O projeto tem por característica ser dinâmico. Frequentemente, novos materiais são criados e inseridos nas atividades educativas, realizadas em escolas de ensino fundamental e no Museu Espaço Ciência Viva. Segundo Anna Pierucci, o Museu oferece um bom espaço para a recepção dos projetos. “Temos um módulo de Nutrição, que contempla além dos jogos, experiências que exploram o conceito da ‘química dos alimentos’ e oficinas culinárias onde ensinamos a preparar alimentos ricos em fibras e vitaminas e minerais”, conclui.