www.olharvital.ufrj.br
Edição 272
13 de outubro de 2011
O Instituto de Psiquiatria (Ipub) e a Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ, a partir deste ano, estão participando do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET- Saúde). Este projeto é regulamentado pela Portaria Interministerial e tem como pressuposto a educação pelo trabalho, disponibilizando bolsas para tutores, preceptores (profissionais dos serviços) e estudantes de graduação da área da saúde.
“Saúde/Saúde Mental/Crack, Álcool e outras Drogas” é um dos temas selecionados para estudo, uma iniciativa conjunta entre os Ministérios da Saúde e da Educação, inserindo 24 graduandos da área da saúde e cinco docentes nos serviços públicos de saúde mental para esses usuários.
O projeto de extensão, ensino e pesquisa tem trabalhado com orientadores do campo em áreas distintas da cidade do Rio de Janeiro. O objetivo é avaliar as possibilidades e limites atuais de responder às demandas clínicas de cuidado aos usuários desses entorpecentes.
Resultados do estudo
A pesquisa apresenta natureza qualitativa, caráter exploratório e se debruça sobre a assistência dispensada em dois serviços da saúde mental na Área Programática 3.2 do município do Rio de Janeiro (CAPS ad Raul Seixas e CAPS Torquato Neto), cujo território apresenta uma desigualdade importante no acesso às políticas sociais, expressa nas colocações de algumas de suas regiões administrativas.
O índice de desenvolvimento humano (IDH), que pode estar entre zero e um, é um medidor importante nesse cenário. Quanto maior o indicador, mais desenvolvida é a região analisada. O Méier, com índice de desenvolvimento igual a 0,865, encontra-se na 9ª posição no ranking de 32 regiões administrativas de todo o município do Rio de Janeiro, enquanto o Jacarezinho ocupa a 30ª colocação, com IDH 0,731.
Para minimizar essa discrepância, foram selecionados “casos traçadores”, ou seja, aqueles que, por meio de uma reconstituição, seja possível observar mais detalhadamente o ato de cuidar prestado ao usuário nos dois serviços. A partir de uma amostra qualitativa, cuja análise da demanda clínico-assistencial e a resposta do cuidado produzido permitiram identificar, de forma preliminar, esforços de diversos setores no território, número reduzido de membros nas equipes de saúde mental e potencialidades e limites na atenção integral desse público.
Bolsistas e orientadores
Na UFRJ, alguns alunos já foram contemplados com a bolsa do PET-Saúde e trabalham para o desenvolvimento em torno desse campo de estudo, com foco na saúde mental dos usuários de drogas. Entre eles, Gabriela Gomes Fiszer, Marcela Aurélio Dias, Marcela Magalhães de Castro, Taine Borges Vieira e Tatiana de Souza, que tiveram suas pesquisas apresentadas na “33ª Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural” (Jicac-2011).
Para tanto, as discentes contaram com a orientação dos professores Octávio Domont de Serpa Jr., Rita de Cássia Cavalcante Lima, Maria Paula Cerqueira Gomes, Juliana Caramore, Cristiane Mazza Marques e Patrícia da Silva Miranda Menezes, na elaboração de seus trabalhos.