www.olharvital.ufrj.br
Edição 221
24 de junho de 2010
Na tarde da última segunda-feira (21/6), o auditório Nobre do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc/UFRJ) foi palco da cerimônia de posse da nova direção do instituto, composta pelo diretor Roberto de Andrade Medronho e o vice Armando Meyer, e para os sambistas Dicró, Noca da Portela e Roberto Serrão. Numa solenidade que reuniu a música popular brasileira e dirigentes como o reitor Aloísio Teixeira, diretores do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ), o presidente da Fundação Oswaldo Cruz Paulo Gadelha e os deputados estaduais Carlos Minc e Alessandro Molon e o federal Chico D’Angelo (ambos do PT), o professor e compositor Medronho celebrou o início do mandato que se encerra em 2014.
Para enaltecer o apoio à nova direção ainda discursaram na solenidade representantes de segmentos sociais como o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro e do Centro Acadêmico do Iesc. Em seu pronunciamento, a aluna Laís Relvas enfatizou a responsabilidade sob Medronho e Meyer, visto que o corpo discente do instituto lhe confiou 92% dos votos. O diretor respondeu estar lisonjeado com o apoio, e que a cobrança dos alunos é benéfica, pois o maior interesse dos alunos é a qualificação curso de graduação em Saúde Coletiva, criado em 2009.
Marisa Palacios, vice-diretora da última gestão representando a ex-diretora Heloisa Ferreira, avaliou como positiva a sucessão de poder à frente do Iesc e lembrou do crescimento do instituto nos últimos tempos, desde o antigo Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (Nesc) que se tornou o Iesc em 2006. A assinatura oficial do termo de posse da nova diretoria já havia sido realizada no último dia 10 e homologada pela congregação do Iesc.
Diante do desenvolvimento do instituto, a consolidação dos ganhos do Iesc e o avanço sob novos desafios foram apontados pelo vice Armando Meyer como meta dos próximos quatro anos. “Queremos alcançar o grau de excelência dos cursos de graduação e pós-graduação de outras unidades da UFRJ”, afirma.
Emocionado e num tom de voz esfuziante, Roberto Medronho relembrou suas origens, agradeceu aos familiares e prometeu seguir um mandato austero e norteado pela ética, com o debate político da democracia em saúde. E apresentou os demais integrantes da nova diretoria: Jaqueline Sintra (diretora adjunta de graduação), Elaine Brandão (diretora adjunta de pesquisa), Maria Cavalcante (diretora adjunta de pós-graduação strictu sensu), Giovane Lovizi (diretor adjunto de extensão), Adriano Ramos (diretor adjunto de administração) e Antônio José (coordenador de residência).
O novo diretor definiu as seguintes metas: atuar como referência para a sociedade no Ensino, Pesquisa e Extensão; formar sanitaristas promotores da saúde que instituam políticas públicas de saúde; ampliação da pós-graduação strictu sensu, qualificação do recurso humano direcionado ao SUS e da produção científica – quando criticou o parâmetro adotado pelo CNPq para avaliar a produção dos pesquisadores - e combate à privatização do espaço público. “O ambiente da direção é de muita burocracia, às vezes burrocracia. Precisamos de reflexão de criativade para combatê-la”, diz Medronho.
No dia 22 de junho, ocorreu no Centro de Ciências da Saúde da UFRJ (CCS) a inauguração do Espaço Acadêmico Professor João Ferreira da Silva Filho, localizado no subsolo do bloco L do prédio. O Espaço conta com salas de aula, laboratórios e o Anfiteatro Marcos Moraes.
De acordo com Almir Fraga Valadares, decano do CCS, João Ferreira foi o idealizador para o aproveitamento do subsolo como espaço de ensino e pesquisa e precursor das obras para a construção do projeto. “O que nós fizemos foi apenas 20% da obra, ou seja, praticamente apenas o acabamento e o melhoramento do acesso ao subsolo do CCS”, disse o decano.
João Ferreira da Silva Filho foi decano do CCS entre os anos de 2002 e 2006. Além disso, também dirigiu o Ipub (Instituto de Psiquiatria da UFRJ) e foi membro da UNE.
Para o atual decano, as ideias de João Ferreira são um exemplo de que a boa utilização do espaço é fundamental para o benefício do ensino. “Ainda há muito a se aproveitar, e os atos de João são exemplos de que é possível”, completa o decano.
A cerimônia de inauguração contou com o descerramento de uma placa em homenagem a João Ferreira da Silva Filho e algumas homenagens, como a de sua irmã, Julia Emilia Bastos Ferreira da Silva. “Bem se vê que João Ferreira, como era chamado aí, permanece produzindo frutos, porque era um sujeito genial! O pavilhão servirá para continuidade de novas propostas em saúde mental que priorize os excluídos”, escreveu Julia em um e-mail enviado à decania.
Auditório Professor Marcos F. Moraes
A inauguração do Auditório Professor Marcos F. Moraes contou com a presença da diretora do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM-UFRJ), professora Débora Foguel, que ministrou a mesa de abertura da solenidade. Débora, em seu discurso de apresentação, explicou a importância do auditório e as dificuldades para a construção do espaço, explicitando a necessidade do IBqM por novas salas e um novo auditório. “Nós antes chamávamos esse espaço de ‘o buraco’ ou ‘o lamaçal’. Graças à ajuda do Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, projeto do governo federal), da Decania do CCS e do professor Marcos Moraes, agora temos nosso próprio Anfiteatro e pudemos aumentar a quantidade de salas de aula”, disse a diretora.
Também compondo a mesa, estava o decano do Centro de Ciências da Saúde, Almir Fraga Valladares, o doutor Sergio Agnaga, representante da Academia Nacional de Medicina, o diretor do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luiz Antonio Santini, além do homenageado professor Marcos Moraes, cujo nome batizou o Auditório.
O decano Almir Fraga falou sobre a construção do Anfiteatro e sobre o professor Marcos Moraes. “O que antes era um ‘buraco’, hoje é um espaço bonito que será muito bem utilizado”. Segundo ele, porém, suas palavras naquela ocasião deveriam exprimir tanto apreensão quanto satisfação. “Apreensão por conta da fissura nos dois pilares do Hospital Universitário, que deixou um grau de risco na estrutura do prédio, mas satisfação pelo fato de esse caso poder se transformar em algo útil, pois em consequência da fissura dos pilares, teremos oportunidade de construir em breve mais setores no Hospital.”
Já o professor Marcos Moraes dedicou suas palavras a agradecer a honra e o reconhecimento de ter seu nome no auditório. “É uma honra poder ter contribuído com minha modesta ajuda para o avanço do Programa de Oncobiologia e do IBqM. O Instituto é para nós uma família reunida com o tempo, com o objetivo comum de cumprir desafios.” O professor citou Luís de Camões, dizendo que o escritor, assim como ele, odiava ser homenageado. “Sempre fico devendo”, brincou Marcos.
Por fim, o doutor Luiz Antonio Santini se disse honrado por estar presente na ocasião. “Nossa presença aqui é totalmente honrosa para mim e para todos aqueles que trabalham no Inca. Esse exemplo de vida do professor Marcos fez com que ele fosse polivalente. Vemos a figura do Marcos representada em vários aspectos da medicina do Rio de Janeiro. Isso é muito importante, muito significativo.”
Com o objetivo de ajudar a um colega de classe com problemas na medula óssea, os alunos do 6º período da Faculdade de Medicina da UFRJ organizaram na última terça-feira (22/06) uma campanha para cadastramento de doadores de medula óssea na biblioteca do Centro de Ciências da Saúde (CCS).
O evento contou com a presença massiva dos alunos de diversos cursos da universidade. Segundo dados do Hemorio, foram 1051 doadores cadastrados na campanha de terça-feira.
Isadora Melo, aluna do 3º período de Biologia, disse que sempre teve vontade de se cadastrar, mas não conseguia tempo para ir ao Hemorio: “Quando os alunos de medicina foram à sala divulgar o evento e pedir doações eu me animei porque poderia fazer o cadastro aqui mesmo”.
O cadastramento é um processo simples: basta preencher uma pequena ficha com dados do doador e recolher 5 ml de sangue. Qualquer pessoa entre 18 e 65 anos pode ser doador.
De acordo com Regina Lacerda, coordenadora do projeto de campanha externa de medula óssea do Hemorio, o objetivo de eventos como esse é o crescimento no número de pessoas disponíveis para a doação de medula óssea. Hoje, mais de 2.000 pessoas aguardam por um doador compatível.
Após o cadastramento, a aluna Isadora relatou que o processo é indolor: “Não dói nada, é tranquilo, rápido e a gente ainda faz uma boa ação se tiver compatibilidade”.
Processo de doação
O sangue e os dados coletados durante o cadastramento vão para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) onde é feito o teste de compatibilidade. Se houver algum paciente compatível com as características genéticas do doador, o Hemorio entra em contato para a realização de exames complementares e posteriormente a doação.
Ao contrário do que se pensa, o processo de doação de medula óssea não apresenta riscos ao doador. Após o processo, o máximo que pode ocorrer é um pequeno desconforto na região de onde foi retirada a medula óssea, o que pode ser tratado com simples analgésicos.
Coleta externa
Qualquer instituição pode promover uma campanha de cadastramento para doadores de medula óssea. “Nós vamos a qualquer lugar: igreja, escola, associação de moradores. É só ligar e marcar uma campanha que o Hemorio manda uma equipe para fazer a coleta e o cadastramento”, explica Regina.
Os telefones para marcação de coletas externas são (21) 2507-2716 e (21) 8703-9173 (Regina).