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Edição 234
23 de setembro de 2010

Ciência e Vida

Pesquisadores da UFRJ descobrem possível tratamento para Alzheimer

Stephanie Tondo

Estudos recentes realizados por pesquisadores da UFRJ desenvolveram uma explicação para a relação entre o mal de Alzheimer e a diabetes. Já se sabia que pacientes diabéticos têm maior probabilidade de desenvolver Alzheimer, o que não se sabia era o motivo.  

Segundo a professora e pesquisadora do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, Fernanda de Felice, “Os primeiros estudos que deram pistas de como esta relação poderia ocorrer no cérebro de pacientes vieram do grupo de pesquisa. Descobrimos que toxinas presentes no cérebro de pacientes com Alzheimer são capazes de induzir resistência à insulina em neurônios cultivados em laboratório.” Ou seja, ocorre, aparentemente, com o mal de Alzheimer no cérebro o mesmo que ocorre em tecidos periféricos de pacientes diabéticos: uma inibição da ação da insulina nas células.  

Através dessa descoberta, a ciência chega mais perto da cura do mal de Alzheimer. “No cérebro de pacientes com Alzheimer, a   sinalização por insulina está diminuída, o que nos leva a crer que a administração de insulina ou de agentes similares pode ter efeitos benéficos nestes pacientes”, explica a professora. 

A pesquisa tem mostrado resultados bastante promissores, mas não foram realizados testes clínicos ainda, somente com cobaias animais, de modo que não se pode dizer se o mal de Alzheimer poderá ser curado completamente com insulina. “Primeiro serão necessários testes clínicos com pacientes, que deverão ocorrer em breve.  Estudos estão sendo realizados para encontrar uma forma de administrar a insulina diretamente no cérebro. Por enquanto, é importante dizer que nenhuma pessoa pode usar a insulina como forma de prevenção ou tratamento para a doença de Alzheimer. A administração periférica de insulina pode ser perigosa para quem não tem Diabetes”, conclui a pesquisadora.

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