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Edição 268
1 de setembro de 2011
A rinoplastia, cirurgia para correção do nariz decorrente de anomalias do crescimento, deformidades adquiridas por traumatismo ou outras doenças, é uma das mais tradicionais no âmbito da cirurgia plástica. Uma das condutas que mais evoluiu nos últimos anos, ela permite, atualmente, resultados estéticos e funcionais, com preservação dos elementos anatômicos nobres do nariz.
O diagnóstico das deformidades é feito pelo otorrinolaringologista a partir de queixas específicas do paciente. Por ser o nariz estrutura tão pequena – em torno de 5 cm –, complexa e funcional, a rinoplastia é uma das cirurgias plásticas mais complexas. A plástica é não somente para atenuar e corrigir imperfeições, mas adaptar um modelo de beleza nasal compatível e harmônico com o restante da face.
"Os pacientes precisam ter expectativas realistas a respeito do seu rosto. Os conceitos estéticos do paciente devem ser discutidos ampla e irrestritamente com o cirurgião, antes da decisão de operar", esclarece o otorrinolaringologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), Geraldo Augusto Gomes, especialista em cirurgia plástica do nariz.
Segundo Geraldo, a maior parte dos pacientes não apresenta nenhuma dor no pós-operatório. Quando há desconforto, ele é facilmente controlado com analgésicos brandos. "Uma pequena quantidade de sangue pode permanecer escorrendo, como uma coriza, nos primeiros dias pós-cirurgia. Não é um sangramento hemorrágico. O paciente pode perfeitamente ler um livro, circular no interior da casa, dar conta de sua higiene, usar o computador, sem auxílio de outra pessoa. (...) A necessidade de medicação analgésica é raríssima",afirma o especialista.
A cirurgia plástica do nariz pode ser associada a cirurgias que visam à correção da função respiratória em pacientes que respiram com dificuldade. Para Geraldo, “ter risco não significa que um problema vai ocorrer com certeza, e sim que pode ocorrer em um pequeno número de situações, que com cuidado e atenção do médico e do paciente pode ser diminuído a números muito baixos”. Ter essa noção exata controla emoções e mitos, dando segurança no ato médico, para o paciente e o cirurgião.
Mitos e verdades
Os recursos e conhecimentos atuais permitem que os pacientes deixem a sala de cirurgia sem tamponamento. Em raríssimas situações o tampão nasal pode ser necessário. Alguns médicos, não familiarizados com essas técnicas, ainda usam tampão. Usar tampão não é um erro, mas é um desconforto desnecessário.
Um curativo externo com esparadrapo reforçado por uma fixação rígida é a regra para a maior parte das cirurgias com essa finalidade. Essa fixação é realizada mais frequentemente com gesso ou plástico termomoldável.
Conforme relata Geraldo Augusto, a finalidade da cirurgia plástica de nariz é o equilíbrio estético. “O contorno final do nariz deve estar de acordo com as outras medidas faciais, tipo racial e sexo do indivíduo. Existe um repertório imenso de técnicas à disposição dos cirurgiões dedicados e de seus pacientes”, diz.
O resultado da cirurgia estética não é imediato, pode demorar entre três meses e um ano. “Porém, o nariz geralmente está socialmente apresentável ao fim de 10 a 14 dias. Nos primeiros dias, o edema das estruturas internas impede a respiração plena e pode gerar algum desconforto. Como regra geral, a respiração se recupera e é considerada melhor por volta do décimo quarto a vigésimo primeiro dia”, explica o cirurgião.
Quando o paciente vem em busca da cirurgia nasal devido ao problema de inflamação crônica, como sinusites e pólipos, existe o fato de eliminar a coriza constante associada a esses fatos. “Porém, quando o paciente possui alergias, pode ser necessário o uso de medicações antialérgicas, mesmo após uma cirurgia que cumpriu 100% dos objetivos propostos”, conclui Geraldo Augusto.