www.olharvital.ufrj.br
Edição 207
04 de março de 2010
Foto: Agência UFRJ de Notícias |
Billy Nascimento, fundador da Forebrain |
A Forebrain, empresa que chegou à Incubadora da Coppe/UFRJ no início desse ano, poderia ser considerada uma consultora de marketing como outra qualquer. A partir do pedido do cliente, ela realiza uma pesquisa, analisa os dados coletados e repassa as conclusões ao contratante para que ele possa montar a estratégia de mercado. A diferença está nos dados considerados na pesquisa: em vez de interpretar somente as opiniões dos entrevistados, verificam-se também as reações psicofisiológicas e as atividades cerebrais encadeadas pelas peças publicitárias. A Forebrain é uma consultora de neuromarketing.
De acordo com Billy Nascimento, formado em Biomedicina pela UFRJ e fundador da Forebrain, ”o neuromarketing estuda como as propagandas, os anúncios e os estímulos visuais e sonoros influenciam nosso comportamento. Durante a minha graduação, comecei a estudar essa parte da neurociência e vi que estavam surgindo muitas empresas de neuromarketing na Inglaterra e nos Estados Unidos. Foi, então, que surgiu a ideia de criar uma empresa que aplicasse a neurociência ao mercado aqui no Brasil”.
Billy explica que a empresa oferece aos clientes pesquisas de mercado diferentes das usuais. “Nossa inserção é complementar as pesquisas tradicionais. Nós não perguntamos às pessoas o que elas acham de determinado produto, pois o próprio processo de raciocínio para responder pode interferir na resposta. O que fazemos é registrar as reações neurobiológicas causadas pelos produtos. Nossos testes apresentam reações implícitas do inconsciente e todo o caráter emocional gerado por um produto, uma marca ou uma propaganda.”, afirmou.
De posse desses dados as companhias poderão criar produtos com maiores chances de sucesso. “Existem estatísticas que dizem que 80% dos produtos lançados são descontinuados após um ano por não atingirem o percentual de venda esperado. Ter grandes gastos econômicos no desenvolvimento de produtos que não obtêm sucesso é uma questão que tange à sustentabilidade da empresa. A nossa empresa vem para suprir essas necessidades”, disse Nascimento.
Mas, acima de tudo, a intenção da empresa é entender como o cérebro funciona. “Muitos pensam que utilizar o neuromarketing vai acionar o botão de compra no cérebro e que as pessoas vão comprar irracionalmente. Mas nosso serviço não se propõe a tirar o livre-arbítrio do consumidor. O que a gente espera é entender como o produto causa uma reação cerebral, como isso influi no comportamento e como isso pode ajudar a empresa a desenvolver melhores produtos”, explicou Billy.
Apoio da UFRJ
Os testes neurológicos necessários para as pesquisas da Forebrain serão realizados graças a parcerias entre a empresa e a UFRJ. “Aqui na universidade nós temos laboratórios capazes de efetuar os experimentos. Nós estamos formulando parcerias com esses laboratórios para utilizarmos os equipamentos”, informa.
Billy Nascimento pontua que a entrada na incubadora de empresas da Coppe é um passo muito importante para a Forebrain. “O fato de nós estarmos na incubadora abre algumas portas. Os próprios laboratórios com os quais temos acordos já nos veem de forma diferente por estarmos acolhidos na incubadora. Além disso, aqui há uma tradição de apoiar a característica empreendedora dos cientistas da UFRJ. Ela transmite toda uma expertise nas áreas de marketing, finanças, que nós pesquisadores geralmente não temos”.