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Edição 220
17 de junho de 2010
Começou, na manhã desta quarta-feira (16/6), na Cidade Universitária, a segunda fase das obras de recuperação ambiental do canal do Fundão e arredores, etapa que inclui o desassoreamento do trecho do polo portuário do Caju, a construção de uma ponte estaiada ligando a ilha ao continente, além da urbanização e saneamento da Vila Residencial localizada na UFRJ. O anúncio foi feito pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, durante visita à universidade. A meta é concluir as obras até novembro.
A nova ponte, que ligará a Cidade Universitária (Ciduni) à Linha Vermelha, no sentido centro e zonal sul, terá 780 metros de comprimento, sendo 200 de vão livre, suspenso por 2.525 metros de cabos de aço, presos a uma coluna de 96 metros de altura, o que irá dispensar a necessidade de erguer pilares no leito do canal. Segundo Hélio de Mattos Alves, prefeito da Ciduni, a construção terá um impacto significativo no trânsito da região. “A ponte servirá de saída para cerca de 25 mil carros, o que irá melhorar o tráfego, pois o fluxo será dividido entre os veículos que seguirão em direção à Zona Sul e à Zona Norte”, explicou.
Além da ponte, Alves garantiu a construção de uma via que ligará a Ciduni à Ilha do Governador: “Construiremos, até o fim do ano, uma estrada paralela à Avenida Brigadeiro Trompovski, o que vai desobstruir o trânsito em direção à Ilha e à Baixada”, afirmou.
De acordo com o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3), Carlos Levi, a forma da coluna que vai sustentar a ponte faz alusão à fauna atingida pelo desastre ecológico ocorrido na Baía de Guanabara há 10 anos. “Uma foto de uma garça coberta de óleo em razão de um desastre ambiental e que foi bastante veiculada na imprensa inspirou o projeto. É uma triste memória, mas que agora será relembrada pela recuperação da baía”.
Os investimentos na recuperação ambiental do canal do Fundão e arredores nas duas fases somam R$ 294 milhões. As obras, iniciadas em maio de 2009, estão sendo executadas pela construtora Queiroz Galvão, com financiamento da Petrobras, sob responsabilidade da Secretaria Estadual do Ambiente e da Fundação Bio-Rio. O total desassoreado abrange sete quilômetros de extensão do canal, com a dragagem de 2,2 milhões de metros cúbicos de sedimentos, que serão depositados no aterro sanitário de Nova Iguaçu.
De acordo com o governador Sérgio Cabral, a verba da Petrobras representa a compensação ambiental pela construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro no município de Itaboraí. Cabral destacou a importância da Cidade Universitária. “Trata-se de uma ilha de conhecimento, um centro de pesquisa que integra a UFRJ, a Petrobras e outras instituições”.
Realização de sonhos
Para o reitor da universidade, Aloísio Teixeira, a parceria com a Petrobras, o Governo do Estado e a Prefeitua do Rio tem trazido benefícios para a UFRJ. “Desde 2003 estudamos esse projeto. O evento de hoje consolida nossos sonhos. O sonho de ver o canal limpo e a construção da nova ponte”.
Sonho também foi a palavra usada pela presidente da Associação de Moradores da Vila Residencial, Joana Angélica Pereira. Ela agradeceu o apoio da UFRJ e a atuação do poder público na comunidade. “Foram 40 anos de abandono. Graças ao apoio da universidade, que realizou a regularização fundiária da Vila e ações de professores, pesquisadores e integrantes do Conselho Universitário, além das recentes ações do Governo do Estado”. Para ela, com o saneamento e a urbanização da comunidade, concretizam-se antigas aspirações. “Além dessas melhorias, muitos moradores trabalham nas obras, o que tem melhorado a qualidade de vida dos habitantes”.
Também estiveram presentes no evento o vice-governador Luiz Fernando Pezão, a secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, o subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais da Secretaria do Ambiente, Antônio da Hora, e o presidente da Queiroz Galvão, Ricardo Galvão.