www.olharvital.ufrj.br
		Edição 275
		16 de janeiro de 2012
![]()  | 
          
As autoridades no Brasil  todo já estão em alerta com uma ameaça de nova epidemia de dengue no país, com  a aproximação cada vez maior com o verão. O Ministério da Saúde declarou que é  o Rio de Janeiro o estado mais preocupante, por liderar as estatísticas da  dengue no país. De acordo com os dados do ministério, no período compreendido  entre janeiro e junho deste ano, houve um aumento no número de mortes de mais  de 150%, em relação ao mesmo período de 2010. Para debater melhor essa situação  o professor Roberto Medronho, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade  Federal do Rio de Janeiro, prestou alguns esclarecimentos.
  No que diz respeito ao  papel de uma grande universidade em relação ao tratamento de uma doença como a  dengue, o professor Medronho foi bastante claro: “o papel da universidade pode  ser dividido em dois níveis fundamentais em relação à dengue. O primeiro deles  é a formação de pessoas competentes tecnicamente, compromissadas socialmente e  com uma sólida formação ética para o enfrentamento desta e de outras doenças e  agravos importantes na saúde pública. Então, nós estamos aqui na Faculdade de Medicina  formando profissionais que possam atender de forma adequada aos casos de dengue  e também atuar na prevenção da doença. O segundo nível seria o de que, além  disso, é necessária a produção e difusão de conhecimento socialmente útil, o  que significa que é fundamental que nós estejamos desenvolvendo esforços, e nesse  sentido há uma grande mobilização de diversos pesquisadores na UFRJ para  conhecer melhor o problema da dengue no que diz respeito a poder prevenir de  forma adequada e eficiente a ocorrência da doença. Nós temos diversos  institutos, diversas unidades acadêmicas pesquisando em relação ao mosquito, em  relação ao vírus, em relação a uma vacina, em relação às questões referentes à  saúde coletiva, enfim, um grande número de cientistas unidos no estudo da  dengue para melhor prevenir.”
  Ainda sobre os dados  alarmantes para o próximo verão, a prefeitura do Rio afirmou que as análises  das epidemias que já ocorreram na cidade só indicam que existe a grande  possibilidade de o verão de 2012 atingir números recordes nos casos registrados  da doença.  Levando em conta que todo o  espaço físico da UFRJ também está inserido nessa problemática, o diretor  Medronho afirmou: “A Reitoria criou um grupo de prevenção da dengue no âmbito  da UFRJ que, em períodos anteriores, foi bastante pró-ativa na atuação com os  servidores técnico-administrativos, docentes e também com o corpo discente,  através de uma grande mobilização para a eliminação dos possíveis focos de Aedes aegypti dentro do campus da UFRJ.  Certamente, com a aproximação dessa provável epidemia aumentaremos novamente os  esforços para continuar lutando contra o mosquito da dengue aqui na Universidade.”
  O  papel da Universidade
  Existe, então, de fato, a  necessidade de a Universidade de posicionar diante da sociedade que a abriga em  situações complicadas, como no caso, uma epidemia. No que diz respeito à UFRJ,  pode-se falar de praticamente uma cidade, com grande rotatividade diária de  pessoa o que acaba favorecendo a circulação do próprio mosquito. 
  “É fundamental que todos  os setores da universidade tenham a atenção voltada para a prevenção da doença  no seu local de trabalho e também na sua residência, claro. Dentro das nossas  residências, todos já sabemos que é estar atento com as caixas d’água, com os  vasos de plantas, com as calhas, quer dizer, com qualquer coleção hídrica que  favoreça a criação de Aede aegypti”,  relata Medronho. 
  Mas no seu local de  trabalho também é fundamental. Em primeiro lugar, deve haver uma atenção especial  com as calhas, que devem estar totalmente desobstruídas, e as caixas d’água da  universidade, absolutamente vedadas, por serem grandes possíveis criadouros do  mosquito. Outro ponto seria o de evitar plantas aquáticas, substituindo por  plantas terrestres. “Com isso, estaremos realizando uma grande contribuição, de  forma a nos proteger e proteger também nossos colegas, buscando um ambiente  livre da dengue”, aconselha o professor. 
  Se tratando de uma doença  que tem se mostrado cada vez mais grave, vitimado cada vez mais pessoas, e com  a não existência da vacina, “mais do que nunca nós precisamos ter a consciência  de evitar ao máximo qualquer desenvolvimento do mosquito no nosso local de  trabalho e no nosso local de moradia. Assim, poderemos passar por essa possível  próxima epidemia sem grandes danos”, explica o diretor Roberto Medronho.
Edição 272 – publicado em 13 de outubro de 2011