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Edição 246
06 de janeiro de 2011
Precisamente às 7h deste domingo (19/12), a UFRJ virou uma página da própria história. Novecentos quilos de explosivos puseram abaixo a estrutura da Ala Sul do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). O prédio de 13 andares, erguido na década de 1950 e jamais concluído, levou 20 segundos para cair por terra.
De acordo com o engenheiro Giordano Bruno, diretor da empresa responsável pela implosão, tudo saiu conforme o planejamento realizado ao longo de 45 dias. “A implosão transcorreu conforme queríamos, iniciando por um lado do prédio e terminando próximo aos últimos pilares junto ao hospital universitário. O índice de vibrações ficou abaixo das normas técnicas e nenhum fragmento ultrapassou 10 metros.”
Para o reitor Aloisio Teixeira, a universidade sai ganhando com a construção de um novo hospital na área que ficará vaga após a remoção dos escombros. “Estamos virando uma página de megalomania, de autoritarismo e criando condições para avançar na construção de uma universidade melhor. Um sistema público de atenção à saúde melhor. Este hospital que estamos prevendo será mais amigável, mais moderno, com mais recursos, significando melhorias para a universidade e para a saúde do Rio de Janeiro.”
Com o novo hospital, a Ala Norte, onde hoje funciona o atendimento clínico e ambulatorial, terá as dependências aproveitadas com salas de aula, gabinetes de professores e laboratórios de pesquisa. Segundo o reitor, já há uma emenda parlamentar que assegura recursos para fazer o projeto básico. Ele acredita que, com o compromisso dos ministérios da Educação e da Saúde de repasse de verbas, o projeto executivo deverá estar concluído até o fim de 2011.
Após agradecer a todos os que colaboraram para o sucesso na paralisação temporária das atividades e acolhimento dos internos do hospital, o diretor do Clementino Fraga Filho, José Marcus Raso Eulálio, informou que uma equipe de limpeza e descontaminação trabalhará para que até o dia 3 de janeiro o prédio possa receber os funcionários técnicos e administrativos. “Serão necessários mais sete dias para que o HUCFF possa abrir as portas para a população. Tudo previsto para que a partir de 10 de janeiro, paulatinamente, as atividades assistenciais sejam retomadas como um todo num período de 30 dias”.
Em janeiro, a UFRJ realizará licitação para escolher a empresa responsável pela retirada dos escombros, que totalizam 120 mil toneladas de concreto e ferragens. Segundo o presidente do Comitê Técnico do Plano Diretor 2020 da UFRJ, arquiteto Pablo Benetti, serão necessários aproximadamente entre quatro a seis meses para remover o material.
A Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro coordenou a operação dos 13 órgãos públicos envolvidos no gerenciamento das ações de segurança, trânsito e limpeza, que envolveram a implosão. Em 21 de junho, a ruptura em dois pilares condenou o prédio da Ala Sul. A UFRJ optou pela implosão, pois, além de mais rápida, custou cinco vezes menos que a demolição manual.
Publicado em 19/12/2010 no portal da UFRJ.