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Edição 230
26 de agosto de 2010

Argumento

Tecnologia da informação pode apoiar operações das equipes de emergências

Igor Soares Ribeiro

Nos últimos anos, vem crescendo o número de desastres naturais ocorridos em todo globo, como pode ser visto em notícias sobre desabamentos, inundações e furacões nos jornais diários, alarmando populações inteiras. Nesse contexto, surge, por meio dos profissionais de inovação tecnológica, a seguinte questão: Como utilizar a tecnologia da informação para  ajudar  na prevenção de acidentes e na redução de perdas humanas?

Uma parceria realizada entre a Universidade do Chile e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveu ferramentas necessárias para criar uma rede de auxílio que, no Rio de Janeiro, foi testada dentro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O projeto teve financiamento da Faperj e foi coordenado pelo professor do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE/UFRJ), Marcos Borges. "Nosso modelo tem o objetivo de oferecer informações para equipes operacionais de resgate que lidam com casos de emergência”, afirma o coordenador.

Segundo o professor, o número de acidentes com vítimas é enorme no Brasil. Para as equipes operacionais de resgate, é necessário chegar ao lugar da ocorrência de modo rápido e com uma equipe adequada. Uma das aplicações do projeto é a utilização de GPS, que permite acompanhar, em tempo real, a localização da ambulância. O sistema já foi adotado no Rio de Janeiro, porém a inovação da ferramenta se dá por prover comunicação mais eficiente entre a equipe e a Central de Informações.

"Queremos uma comunicação mais intensa entre as ambulâncias e a Central. Assim, seria possível alocá-las a um determinado acidente de modo mais rápido e eficiente", esclarece o pesquisador. Para Marcos Borges, essa comunicação otimiza o tempo,  pois os endereços das possíveis ocorrências podem ser repassados por um aparelho portátil, sem precisar que a ambulância sequer pare de se movimentar.

A portabilidade é um ponto de destaque para a eficácia da rede de auxílio. Com um smartphone, por exemplo, as equipes operacionais podem obter informações direto da Central através de software desenvolvido pela própria universidade. Outra possibilidade é conectar o aparelho a equipamentos de ultrassonografia e eletrocardiograma, otimizando o espaço dentro das ambulâncias.

“Há dispositivos portáteis com limitação para obter informação de captura, mas que numa situação de emergência podem ajudar durante o transporte, e assim auxiliar os profissionais da saúde a tomar alguma atitude naquele trajeto entre o local do acidente e o hospital", afirma Borges.  

A troca de informações entre Brasil e Chile

No Chile, a pesquisa é aplicada como apoio ao Corpo de Bombeiros na transmissão de informações entre as equipes, permitindo a interação entre elas e reduzindo o tempo de localização de possíveis vítimas.

Nesse caso, pode haver a utilização de mapas da área, plantas de prédios em risco, posições de hidrantes, avisos de mudanças de estratégia, e até mesmo consultas a rede sociais para recolher informações detalhadas de cada vítima.

Para Marcos Borges, é indispensável a troca de informações sobre a utilização dessas tecnologias entre o Brasil e o Chile, porém, segundo ele, ainda não há estimativas para que isso possa ser colocado em prática. "O nosso objetivo é de pesquisa, não é o operacional. A gente estuda as possibilidades, especula as oportunidades de melhoria desses serviços", conclui. 

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