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Edição 241
11 de novembro de 2010
Um transtorno na vida de muitas mulheres, as manchas na pele podem ser ocasionadas por fatores genéticos, hormonais e muitos outros. Elas são as que mais sofrem com o problema, que acomete apenas uma pequena parcela da população masculina. Para falar sobre o assunto, Mônica Azulay, professora adjunta de dermatologia da Faculdade de Medicina da UFRJ e dermatologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), concedeu entrevista ao Olhar Vital.
As manchas escuras podem aparecer no rosto em qualquer fase da vida e em todos os tipos de pele, elas são conhecidas como “melasmas”. Elas são decorrentes da produção exagerada de melanina, um tipo de pigmento que dá cor à pele. A origem do problema varia muito, no entanto, a mais recorrente delas é a exposição exagerada ao sol. Alias, segundo Mônica, é também a responsável pela causa do câncer mais comum em nosso país, o de pele. “É importante lembrar que o filtro solar não é um passaporte ao sol. Mesmo com toda a campanha para o uso do produto, o câncer de pele ainda é o mais prevalente na nossa população. Filtro não é suficiente para prevenir o câncer e as manchas. A exposição exagerada aos raios solares precisa ser evitada, quanto mais clara a pele menor deve ser o tempo sob o sol”.
Em alguns trabalhos e na observação clínica se percebe a possível correlação entre os melasmas e alterações hormonais. Na gravidez, quando o corpo feminino passa por diversas mudanças, as manchas costumam aparecer, mas em 30% dos casos elas podem não evoluir, de acordo com a professora. No entanto, medidas preventivas são as melhores para evitar os melasmas. “Se tratado no início e com o mínimo de exposição ao sol resultados importantes podem surgir”, esclarece a especialista.
A professora Mônica Azulay destaca que há tratamento para as manchas na pele, mas quanto mais rápido for a busca pelo dermatologista, melhor serão os resultados. Do ponto de vista da pigmentação e da localização na pele, os melasmas podem ser: epidérmico (camada mais superficial da pele), dérmico (camada mais profunda) ou mistos. Segundo a dermatologista, no caso dos primeiros, os resultados do tratamento são ótimos. Nos outros a erradicação é mais difícil, mas os pacientes não devem menosprezar qualquer melhoria, mantendo sempre o cuidado de usar filtros solares e não se expor em demasia ao sol.
Os profissionais de saúde utilizam clareadores para cuidar dos casos, mas apenas eles estão preparados para aplicar o principal medicamento, a hidroquinona, pois se não houver manipulação correta ou período incorreto de utilização da medicação, efeitos adversos podem surgir. Outro procedimento médico é o peeling, mas também tem riscos de complicações se não for bem feito. É bom ter ciência que o tratamento é prolongado e que o fator principal para obtenção de sucesso é evitar o sol.