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Edição 223
8 de julho de 2010
A Ouvidoria-Geral da UFRJ, em parceria com o Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH), e a Coordenação de Desenvolvimento Profissional (CODEP/Pró-Reitoria de Pessoal) organizam na UFRJ a primeira oficina “Mediação de Conflitos: um caminho pa ra o diálogo”, que acontece no próximo dia 16 de julho, das 9 às 16h no Auditório do NEPP.
Segundo a coordenadora da oficina, Cristina Ayoub, professora e Ouvidora-Geral da UFRJ , a oficina será, principalmente, voltada aos ouvidores das unidades hospitalares da UFRJ, como o Hospital Universitário, a Maternidade Escola, o IPPMG, entre outras. “A mediação é uma forma de resolver conflitos de maneira eficiente e duradoura e é muito importante no trabalho cotidiano do ouvidor” afirmou. Entretanto como o tema interessa a todos os que trabalham com o público ela será aberta, também, a outros servidores da UFRJ que podem se valer das ferramentas da mediação para o aperfeiçoamento dos seus serviços.
Segundo a especialista, as ouvidorias foram criadas com o objetivo de mitigar o déficit de cidadania ao viabilizar o controle social, a participação da sociedade na avaliação dos serviços prestados pelas instituições públicas. Já a mediação contribui para que as partes em conflito busquem, para os seus problemas, uma solução pacífica e duradora, com a participação de um terceiro imparcial.
Muitas vezes, no entanto, os próprios ouvidores desconhecem as técnicas e as ferramentas de diálogo que podem ser utilizadas na mediação. “Saber lidar com a situação conflituosa sem fazer juízo de valor e de forma imparcial, visando a pacificação das partes, para a construção do futuro, significa mudança de paradigma e depende de um processo educativo constante para desenvolvimento da uma escuta ativa e não exclusiva, por isso insistimos nessa formação tecnica dos ouvidores", explica.
Cristina afirma que a mediação é um meio alternativo de solução de conflito que pode ser utilizada pela sociedade em diversos aspectos, todos os dias. “Nós vivemos numa cultura, de maneira geral, litigiosa, que promove a disputa. A formação dos advogados, no Brasil, é, por exemplo, voltada para o litígio. Entretanto é preciso investir na educação dos jovens, desde cedo, para a sua autodeterminação, para a cidadania, que en volve o dever da solidariedade, para a possiblidade de resolverem os problemas de forma pacífica ”, acredita.
“A Constituição Brasileira é bonita por isso, porque ela tem como princípio inicial a dignidade humana”, afirma Cristina. A falta de informação sobre os próprios direitos e deveres como cidadão é o maior obstáculo para uma justiça bem feita, acredita a professora. “Se as pessoas soubessem que existem outros meios de se resolver as coisas, elas fariam. Falta, basicamente, informação, em todos os níveis. E é isso que queremos dar aos ouvidores: informação, para que os conflitos se resolvem mais justa e pacificamente”, concluiu.
A Oficina tem vagas limitadas. Inscrições através da Pró-Reitoria de Pessoal (Av. Pedro Calmon, 550, Edifício da Reitoria, 8º andar – Tel: 2598-9613).