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Edição 248
04 de fevereiro de 2011
Diversidade sexual na escola. Como lidar com esse assunto delicado e, ao mesmo tempo, necessário e carente de discussões? Com o objetivo de promover o diálogo entre gestores da rede de educação e líderes de movimentos sociais, e estabelecer trocas que estimulem o surgimento de novas políticas públicas sobre o tema, a Universidade Federal do Rio de Janeiro promove, nos dias 30, 31 de março e 01 de abril, o “II Seminário Educação, Sexualidade, Gênero e Diversidade”.
Demanda há. Segundo Alexandre Bortolini, um dos coordenadores do projeto, o tema não assusta. Ao contrário, existe uma demanda muito grande para discutir o tema, ele assegura. “Acho que ainda existem alguns diretores que resistem discutir a questão, mas é um tema que a cada dia é mais visível dentro das escolas. Quando divulgamos um seminário como esse, a resposta é sempre grande. Tem muita gente querendo ouvir, discutir e pensar sobre isso, contudo ainda há pouco espaço para esse tipo de diálogo.”
O seminário, que teve a primeira edição em 2009, surgiu a partir da observação de uma procura preexistente. “A ideia partiu do que a gente percebe como demanda em nossos trabalhos de educação sexual nas escolas. Estamos o tempo todo em contado com os gestores da área pública, assim como com líderes dos movimentos sociais. Dos dois lados, percebemos que há uma lacuna, que falta de diálogo. Os educadores têm muito pouco contato com os movimentos sociais nesse campo e, da mesma forma, percebemos que os movimentos sociais com os quais dialogamos têm pouco acúmulo na área de educação”, explica Alexandre.
O evento é vinculado a um projeto maior, o Programa Papo Cabeça. A ideia inicial era juntar profissionais e pesquisadores na área de educação, gênero e sexualidade e pessoas dos movimentos sociais que trabalham no campo. Contudo, neste segundo seminário, os idealizadores possuem uma ideia muito específica, como conta Alexandre: “queremos colocar em diálogo gestores da área de educação, da área pública, diretamente com o pessoal dos movimentos sociais na área de direitos sexuais e humanos, que trabalham com sexualidade”.
O objetivo a ser alcançado, expõe Alexandre, é duplo: construir uma rede de relações, ajudar a alimentar essa rede de relações e ampliar a formação de ambos os lados.
A princípio, o seminário foi pensado para ser algo regional, do Rio de Janeiro: “a ideia é convocar representantes da sociedade do estado e promover o contato com gestores, fazendo uma articulação mais direta”, afirma o coordenador. Contudo, continua ele, o seminário é aberto. “Nós já recebemos inscrições de outros estados, como Espírito Santo, Bahia e Mato Grosso. Há pessoas tanto de movimentos sociais, quanto (especialmente) gestores do ambiente público”.
O evento
As palestras acontecem no Salão Dourado, do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, localizado no campus da Praia Vermelha. Depois da abertura haverá atividades específicas, com gestores e movimento social separados; e, em seguida, todos juntos para debater, criar rede e promover diálogos.
A intenção é que gestores públicos e movimento social saiam dali com novas pontes e parcerias criadas, contribuindo para formar uma rede de âmbito estadual e local que se articule na defesa e promoção dos direitos sexuais e humanos no contexto escolar.
As inscrições estão abertas até 21 de fevereiro exclusivamente a representantes de secretarias de educação, de programas e projetos governamentais e membros de organizações da sociedade civil que trabalham no campo da diversidade, direitos humanos, direitos sexuais, sexualidade e gênero.
Para obter mais informações sobre o projeto e inscrever-se, visite o site http://www.diversidade.papocabeca.me.ufrj.br/.