Problemas na tireoide, além de serem muito mais danosos a pessoas de sexo feminino, atingem cinco vezes mais mulheres do que homens. Por isso é necessário atentar para cuidados em relação ao problema, principalmente em mulheres com mais de 40 anos.
Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aponta que em cada seis pessoas que desenvolvem a doença, cinco são mulheres. Porém, de acordo com o endocrinologista Mario Vaisman, chefe do departamento de endocrinologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) não há explicações comprovadas para esse fenômeno.
“Não existe uma razão já conhecida para este predomínio do sexo feminino. Algumas teorias relacionam ao Cromossoma X, outras aos estrogênios, mas nada é definitivamente provado”, explica o médico.
A maioria dos distúrbios relacionados à tireoide tem característica autoimune, ou seja, o próprio organismo não reconhece a glândula da tireoide e inicia uma defesa através dos anticorpos. Por isso, de acordo com o médico, não há maneira de prevenção. Caso haja suspeita, é necessário fazer uma investigação: “a investigação deve começar quando a mulher pretender engravidar. Depois a partir da época peri menopausa e a cada cinco anos.”
Atente para os sintomas
Os problemas mais comuns na tireoide são o Hipertireoidismo e o Hipotireoidismo. Em ambos os casos a mulher corre risco de aborto e dificuldade de engravidar, além de apresentar problemas menstruais e inchaços.
O Hipertireoidismo causa a aceleração do metabolismo, provocando nervosismo, agitação, insônia, calor excessivo, perda de peso e oleosidade da pele. Já o Hipotireoidismo, causa lentidão do metabolismo e provoca perda de memória, inchaço em todo o corpo, ganho de peso cansaço e sono excessivo, prisão de ventre e fraqueza.
Ao perceber alguns destes sintomas, é necessário fazer uma visita ao seu médico para investigar se realmente há algum distúrbio na tireoide ou não.
O tratamento
De acordo com Mario Vaisman, o tratamento depende do tipo de disfunção. No caso do Hipotireoidismo, que é muito mais prevalente, deve ser tratado com a reposição de T4: “É simples, bastando um comprimido todos os dias em jejum”.
Já em casos de Hipertireoidismo além de tratamento clínico, pode requerer um tratamento definitivo, com iodoradioativo ou cirurgia, dependendo da causa.
Para o endocrinologista, os médicos devem atentar para sintomas muitas vezes considerados inespecíficos:
“A mensagem mais importante é que os médicos devem pensar na possibilidade de tratar-se de disfunção tireoidiana quando o paciente apresenta sintomas gerais, a maioria inespecífica. A investigação é relativamente simples, bastando fazer as dosagens hormonais. Os exames de imagem só devem ser solicitados para investigação de alterações estruturais”, alerta o especialista.