Grupos de pesquisadores estão elaborando o conteúdo do memorando de entendimentos que será assinado entre a Universidade de Alberta e a UFRJ, cujo intuito é aumentar o âmbito de conhecimentos e informação sobre o petróleo do Brasil e do Canadá. Representando o Departamento de Engenharia Química e de Materiais da Universidade Alberta, vem ao Brasil o professor Murray Gray, que é um dos colaboradores do acordo juntamente com o pesquisador da Escola de Química da UFRJ, Peter Seidl.
Para Seidl, um dos principais ganhos da UFRJ com a assinatura do acordo é o intercâmbio que será viabilizado para professores, pesquisadores e alunos das duas universidades. “Será uma colaboração ampla. Várias áreas de pesquisa aplicada ao petróleo que interessam muito ao Centro de Tecnologia da UFRJ são objetos de trabalho das universidades, como por exemplo, nanotecnologia, biorefinaria, modelagem e simulação. A ideia do memorando é ampliar essa troca de conhecimentos.”
Nanotecnologia aplicada ao petróleo
O petróleo é uma combinação complexa de hidrocarbonetos que serve de matéria prima para gasolina, gás natural, óleo diesel, asfalto, querosene de aviação, dentre outras substâncias. Contudo o petróleo da bacia de campos, por ser um petróleo pesado, enfrenta dificuldades no seu aproveitamento, devido à grande quantidade de resíduos nele contido. Após o processo de destilação que separa cada componente para transformá-lo no combustível desejado, os resíduos remanescentes tornam-se sólidos. A nanotecnologia aplicada ao petróleo é a ciência que vai estudar a melhor forma de aproveitamento desse resíduo remanescente.
Seidl acrescenta outras vantagens da parceria com a universidade canadense: “há certa semelhança entre alguns petróleos da bacia de campos e a bacia de Alberta no Canadá, logo os problemas desses petróleos também são semelhantes”. E completa: “ o Brasil tem colaborado muito com os EUA e Europa. O Canadá está com seu potencial pouco explorado, é um país enorme e rico em recursos naturais, mas, ao contrário do Brasil, sua população é muito pequena. Então eles têm muita vontade de receber brasileiros lá para intercâmbios e para projetos conjuntos”, conclui o pesquisador.