• Edição 251
  • 17 de março de 2011

Notícias da Semana

Aula Inaugural da Escola de Educação Física da UFRJ

Luana Severiano

 

Filosofia e Educação Física. Uma combinação, no mínino, curiosa à primeira vista. Contudo, foi com esse tema que o professor Heron Beresford, convidado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), ministrou a aula inaugural do Programa de Pós-graduação da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD/UFRJ), na última quarta-feira (16/03), no auditório Maria Lenk, localizado no prédio da Escola, na Cidade Universitária.

Sob o título “Temas, Problemáticas e Questões de Natureza Filosóficas Relacionadas com a Atuação de um Profissional de Educação Física”, o professor mostrou é que possível filosofar sem ser um filósofo ou estudante do curso. De acordo com a etimologia da palavra filosofia, basta ser amigo da sabedoria para exercê-la, e, por isso, o professor informou: “É necessário, antes de qualquer coisa, reconhecer o nosso permanente estado de ignorância”.

A Filosofia, como Heron Beresford explicou, não possui um objeto de estudo específico. Qualquer tema é uma possibilidade de colocar em prática a ciências de grandes pensadores, como Sócrates e Platão. A Educação Física e Desportos pode ser um deles, desde que seus temas sejam enfocados através de um tema, de uma problemática e de uma questão própria ou específica do saber filosófico, alertou Beresford.


Durante a conferência, o professor acrescentou alguns termos e expressões, como “conhecimento”, “juízo”, “agir humano” e “valores”, a fim de evidenciar que se pode ter uma filosofia de trabalho para um projeto pedagógico de educação física. A partir dos temas, apresentou as problemáticas envolvidas dentro do exercício da profissão e apresentou questões inerentes ao saber filosófico, como a ética e a construção de uma identidade para o profissional.

Aula Inaugural do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho

Luana Severiano

 

Qual é a realidade dos investimentos em ciência no Brasil? Universidade, governo e setor privado. Qual é a contribuição de cada um para o desenvolvimento científico e tecnológico do país? Baseado nessas questões, o diretor de projetos do Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial-RJ (Inmetro - RJ) e professor da UFRJ, Wanderley de Souza, ministrou, na última segunda feira (14/03), a aula inaugural do semestre letivo do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho.

Sob o título “A evolução do ensino superior no Brasil e as perspectivas de empregabilidade na área biomédica”, a palestra teve como objetivo apresentar um panorama da Ciência no país aos que iniciam o curso. Defensor da ideia de que o desenvolvimento econômico e social de um país depende, além de recursos humanos qualificados, de uma forte base científica e tecnológica e da capacidade de transformação de conhecimento em serviços e produtos que gerem emprego e renda, o conferencista criticou a base de investimentos em avanço tecnológico no país.

Para alcançar o patamar de potências, como os Estados Unidos e Japão o que falta, segundo Wanderley de Souza, é uma maior participação do setor industrial. “O papel da universidade é formar pesquisadores. Promover discussões e conhecimento através de pesquisas científicas espontâneas. O problema do Brasil é que esses estudiosos ficam dentro das universidades ou vão para o exterior. O aproveitamento dentro do setor industrial, para gerar avanços, é baixo”. Enquanto nos EUA, apenas 20% dos cientistas encontram-se dentro da universidade, no Brasil, essa porcentagem sobe para 70%, detalhou.

Segundo dados comparativos apresentados pelo palestrante, o governo brasileiro está fazendo sua parte. A taxa de investimentos, até o ano de 2010, é similar a de governos de países desenvolvidos, e é crescente o número de estudantes e pesquisadores no geral. Para Wanderley de Souza, esse aumento de verbas e de pessoal se deve à expansão do sistema universitário, promovida pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2006.

As universidades também estão no caminho certo, continua Wanderley de Souza: “os pesquisadores aqui formados são de altíssima qualidade. Não é a toa que a maioria é levada para exterior”. Contudo, de acordo com ele, o avanço tecnológico anda estagnado.  “No Brasil, sofremos com a falta de uma cultura de Pesquisa e Desenvolvimento nas empresas.”


A conferência, que aconteceu no auditório do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, no prédio do Centro de Ciências e saúde da UFRJ, não contou apenas com a presença dos calouros. Parte do corpo docente e a diretora do IBCCF, professora Denise Pires de Carvalho, estavam presentes. Para Danilo Ferreiro, iniciante no curso, a palestra alcançou seu objetivo. Segundo ele, a apresentação ajudou a esclarecer dúvidas sobre o que ele pode esperar do curso nos próximos anos de estudo.