• Edição 209
  • 18 de março de 2010

Argumento

Bioética, biossegurança e boas práticas com animais em experimentação: a nova disciplina do ICB

Igor Soares Ribeiro



Foto: Agência UFRJ de Notícias
Auditório cheio no segundo dia de curso

O Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) oferece uma nova disciplina para alunos de pós-graduação e iniciação científica do Centro de Ciências da Saúde (CCS). A disciplina “Bioética, biossegurança e boas práticas com animais em experimentação” tem carga horária de 30 horas, possibilitando a soma de mais dois créditos na grade curricular dos estudantes.

Segundo o professor Luiz Eurico Nasciutti, coordenador do curso, a disciplina tem como proposta unir, de forma básica,  as principais informações fragmentadas de outros cursos com matérias relacionadas a assuntos como bioética, biossegurança  ou experimentação com animais.  O professor alertou também que esses temas vêm sendo bastante discutidos na mídia sob ótica de inúmeras e prejudiciais manifestações de grupos ativistas contra a utilização de animais em experimentação. E para situar os alunos em tais discussões, aulas teóricas abordam assuntos como os riscos e o descarte de resíduos químicos, riscos à saúde causados por animais, emergências em biossegurança, entre outros. As disciplinas são ministradas por professores de diversos Institutos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e até mesmo profissionais de outras instituições, como a Fiocruz.

Segundo Luiz Eurico, apesar de ser uma disciplina nova, o número de inscritos vem aumentando cada vez mais: “Durante a realização do curso estima-se que a turma contabilize mais de 207 inscritos; dentre eles, alunos de graduação e pós-graduação, técnicos de laboratórios, professores e funcionários externos à UFRJ”. Sobre esse expressivo quantitativo, Nasciutti complementa: “Isto significa que a demanda existe, que as pessoas estão preocupadas com a ética, a segurança e a experimentação animal na pesquisa biomédica”.

A bioética e biossegurança no Brasil

A disciplina torna-se fundamental para o entendimento da questão da bioética e da biossegurança hoje no Brasil. Para o coordenador do curso, o país ocupa lugar de destaque na pesquisa científica internacional, sobretudo após a aprovação da Lei Arouca, que regulamenta a utilização de animais em pesquisas. Porém, o professor reconhece a necessidade de melhoria da bioética e biossegurança no país: “Temos ainda um longo caminho a percorrer, divulgando a importância da utilização de animais em experimentação na busca de alternativas que contribuam para a melhoria da saúde da população, obedecendo sempre  aos princípios éticos  e de segurança na manipulação animal”, conclui Nasciutti.

A disciplina tem como principais responsáveis os professores Helena Keiko Toma, da Faculdade de Farmácia, Luiz Eurico Nasciutti, do Instituto de Ciências Biomédicas, Marcelo Morales, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, e Sonia Soares Costa, do Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais.