• Edição 264
  • 16 de junho de 2011

Por uma boa causa

Herpes – A doença que vai e vem


Luana Severiano

Famosa pelas feridas que, eventualmente, aparecem na boca e nos lábios, a herpes também pode ser uma doença sexualmente transmissível, e uma das mais chatas de se tratar, afirma o doutor René Murilo Magalhães, urologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ): “A herpes é uma DST difícil, pois não há como erradicar o vírus. Eventualmente, ela irá aparecer, mesmo após o tratamento”.

Transmitida pelo vírus herpes simplex, o aparecimento dos sintomas da herpes genital pode ser imediato ou não, demorando às vezes semanas para as primeiras feridas surgirem. Essas feridas podem aparecer na área genital, reto, nádegas ou coxas e, ocasionalmente, em outras partes do corpo, por onde o vírus entrou através de aberturas na pele. Outros sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares, urinação dolorosa e glândulas inchadas na área da virilha podem ocorrer.

Segundo o urologista, a doença possui um ciclo. Na primeira fase, a área infectada fica dormente, vermelha e o paciente pode sentir pontadas e coceiras. Depois, aparecem as bolhas, chamadas vesículas. Elas podem estourar e secar ou podem evoluir para uma infecção a ser tratada por um especialista. “O período de infectividade só ocorre na fase de vesícula, fora do período de crise a pessoa não transmite a doença”.

Na maioria das pessoas, o vírus pode ficar ativo e causar eclosão de sintomas várias vezes por ano. Nessas novas eclosões de sintomas, outras feridas podem aparecer próximas ao local da primeira eclosão, mas as recorrências são mais moderadas que no primeiro episódio. Contudo, o vírus pode ficar ativo, mas não causar feridas visíveis, apenas sintomas brandos. Ainda que não ocorram lesões aparentes de herpes genital, há que se ter cuidado, pois o vírus pode ser transmitido durante esse período.


O diagnóstico pode ser feito pelo médico ao examinar as feridas ou através de teste laboratorial, chamado cultura. Não há cura para herpes genital. O que há é tratamento dos sintomas e o controle da doença, para prevenir futuras eclosões. “O tratamento é longo, de seis meses a um ano e o que ameniza é a intensidade e a frequência”. Isso pode ajudar a diminuir o risco de transmissão de herpes genital para o parceiro, mas não dispensa o uso de preservativos, alerta René de Oliveira.