| Foto: Banco de Imagens UFRJ | 
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A Educação Física   é uma das disciplinas mais controversas das escolas. Entre os   próprios alunos há divergências de opinião: alguns amam, outros   odeiam. Diversas escolas optam por oferecer mais de uma atividade   física,   deixando o aprendizado mais dinâmico e divertido. No Por Uma Boa   Causa deste mês, abordaremos diferentes possibilidades e o que   elas podem propiciar aos alunos. 
    
A primeira atividade   abordada é a natação, e, para falar do que é essa prática   nas escolas, conversamos com a professora Marcia Fajardo de Faria,   docente   do Departamento de Corridas da Escola de Educação Física e Desportos   (EEFD) da UFRJ. “A natação escolar, como todas as atividades da   Educação Física, tem como finalidade básica formar cidadãos que   busquem qualidade de vida. Especificamente, trata-se de uma das   atividades   físicas mais completas e praticadas na atualidade”, diz a professora. 
    
A água exerce fascínio   nas crianças, e, por isso, pode tornar os exercícios mais prazerosos.   Além disso, por ser um ambiente essencialmente diferente de onde o   aluno costuma se exercitar, o ensina a se adaptar a situações   diferentes.   “Não podemos nos esquecer do aspecto utilitário da natação. Levando   em conta que vivemos em uma cidade litorânea, essas aulas contribuem   para a redução de casos de óbitos por afogamentos, tão frequentes   na população infantil”, ressalta Marcia. 
    
Além desses benefícios,     há outros casos em que a natação é recomendada. A asma, doença   muito comum na infância, frequentemente afasta a criança de suas   atividades.   O broncoespasmo, apesar de poder ser induzido pelo exercício, é   provocado   pelo ressecamento e o resfriamento das vias aéreas. Com exercícios   no meio aquático, a respiração é realizada próxima à lâmina de   água e evita a ocorrência desse processo. Para os que sofrem com os   quentes verões do Rio de Janeiro, o trabalho em sala de aula ou na   quadra pode se tornar impróprio, e, assim, a natação apresenta-se   como  alternativa extremamente prazerosa e produtiva. 
    
Pesquisa
Não são muitas escolas,     no entanto, que oferecem práticas aquáticas. Márcia Faria relata   um estudo realizado em 2009 por duas alunas da EEFD/UFRJ, que levantou   dados de 169 escolas do município do Rio de Janeiro. Entre elas, somente     16 oferecem a natação como atividade curricular (15 privadas e uma   pública), 14 como atividade extracurricular, e cinco para alunos do   turno integral.  
    
“O número de escolas   que incluem a natação como um dos conteúdos da Educação Física   vem aumentando nos últimos anos, embora ainda esteja muito aquém do   desejado. Esta tendência é mais percebida nas instituições particulares,     haja vista o quadro de precariedade em que se encontra o ensino público   em nossa cidade”, afirma a professora, ressaltando a necessidade de   criação de piscinas públicas e manutenção dos parques aquáticos   existentes. 
    
Segundo Márcia, para   as instituições de ensino desenvolverem atividades aquáticas é   necessário   o uso de instalações apropriadas, o  que demanda uma manutenção   bastante onerosa. “Mas é possível realizar parcerias com clubes,   academias, associações e instituições militares, dentre outras,   pois frequentemente serão encontrados horários ociosos que podem ser   aproveitados pelas escolas”, indica a professora. 
    
A natação, então, tem seu papel nas aulas de Educação Física. Em primeiro lugar, a possibilidade de diminuir riscos de afogamento. A diversão também é sempre um fator que agrada aos alunos mais novos, que praticam brincadeiras em suas mais diferentes manifestações. E, enfim, seu domínio possibilitará ao aluno, posteriormente, a aquisição de habilidades mais complexas, como a aprendizagem dos nados formais. Afinal, as Olimpíadas de 2016 estão cada vez mais perto, e as crianças de hoje poderão ser os campeões de amanhã.