Um surto de bactérias multirresistentes deixou hospitais de várias regiões do país em alerta no ano passado. Os números de casos de infecção pela superbactéria conhecida como KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) foram mais significativos no Distrito Federal, onde mais de 15 pessoas morreram.
A automedicação com antibióticos é uma prática comum entre os brasileiros. No entanto, o uso inadequado do medicamento pode favorecer a seleção de bactérias mais resistentes. Em novembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatória a retenção e escrituração da receita médica para a venda de antibióticos em farmácias e drogarias de todo país. Além do uso indevido de antibióticos, a higienização e o controle de infecções dentro dos hospitais são importantes para evitar surtos de multirresistentes.
De acordo com a doutora Sophia Cerqueira, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Maternidade Escola da UFRJ (CCIH/ME), os casos de multirresistentes nos hospitais do Rio de Janeiro em 2010 chamaram a atenção dos profissionais da saúde em relação à importância do controle da infecção hospitalar nas instituições de saúde.
Dia Internacional de Higienização das Mãos
Nesta quinta-feira, 05 de maio, Organização Mundial de Saúde (OMS) promove o Dia Internacional de Higienização das Mãos. A campanha da OMS defende a necessidade de melhorar e manter as práticas de higienização das mãos dos profissionais de saúde na hora certa e de maneira correta, para ajudar a reduzir a propagação de infecções potencialmente fatais em hospitais e unidades de assistência à saúde.
Mas não são apenas os profissionais da área da saúde que devem se preocupar em lavar as mãos corretamente. De acordo com a doutora Sophia, todas as pessoas devem ter uma boa higienização das mãos, para evitar a transmissão de bactérias, que podem causar doenças.
Simpósio
“Aproveitamos que o tema foi recentemente abordado pela mídia para realizar uma mesa de debate sobre bactérias gram-positivas e gram-negativas, com a presença das médicas Denise Cotrim (CCIH/Hospital Municipal Lourenço Jorge) e Luanda Papi (CCIH/Hospital Miguel Couto), dando enfoque à UTI neo-natal”, afirmou a médica.
A mesa-redonda será mediada pela doutora Alessandra Sznajder (CCIH/ME) e vai fazer parte do “II Simpósio de Controle e Infecção Hospitalar”, que acontece no próximo dia 17, no Auditório Nobre da Maternidade Escola da UFRJ. O evento terá início às 9h e é direcionado aos profissionais de saúde e estudantes da área biomédica.
As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas no setor de ensino da ME/UFRJ. O valor da inscrição será a doação de um kit para mães ou um kit para bebês. O kit para mães deve conter dois tubos de creme dental, duas escovas de dente e dois sabonetes. O dos bebês deve ter duas toucas, dois sapatinhos ou meias e dois sabonetes glicerinados.