O público na UFRJ tem a oportunidade de conhecer na prática como funcionará o processo de levitação magnética empregado no MagLev Cobra, trem de supercondução da Coppe. A exibição será realizada nos dias 20 e 21 de outubro no Espaço Coppe Miguel de Simone e faz parte da exposição “Tecnologia para um futuro sustentável”, dentro da programação da UFRJ na “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia” (SNCT).
O projeto do MagLev Cobra é coordenado pelo professor de Engenharia Elétrica Richard Magdalena Stephan. Vem sendo desenvolvido há 12 anos por pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup) da Coppe e da Escola Politécnica em conjunto com professores de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Segundo o chefe do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Rubens de Andrade, a sessão de levitação magnética demonstrada para o público se dará por uma plataforma levitando sobre dois trilhos. “É uma parte do trem sem a carroceria”, afirmou o professor.
O especialista explicou que “o supercondutor, abaixo de uma determinada temperatura crítica e de um determinado campo crítico, apresenta um forte diamagnetismo. O diamagnetismo é a expulsão do fluxo magnético do interior do material, o que faz com que o supercondutor se comporte como um espelho de um campo magnético a sua frente”.
Em outras palavras, o trem “supercondutor se comporta como um ímã de mesma polaridade que o ímã a sua frente, provocando uma força de repulsão com este. Essa é a força de levitação”.
O pesquisador ressaltou que o MagLev Cobra não terá limitação de distância para percorrer, pois “é um trem pensado para uso urbano, então funciona em baixa velocidade, não em alta”. Além disso, ”é um veículo leve que pode ser utilizado em vias elevadas”.
Questão do financiamento para o MagLev Cobra
De acordo com o professor Rubens, o protótipo com trilho curto, que faz parte da exposição, está sendo construído no bloco 1 do Centro de Tecnologia. “O protótipo operacional do MagLev Cobra com 200 metros de trilhos será construído em uma linha elevada, ligando o CT2 ao CT”, completou.
Ainda é aguardado o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a implantação do protótipo. Enquanto isso, o projeto vem sendo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
Espera-se que a exposição na SNCT ajude a acelerar o processo de financiamento. “Visibilidade para o projeto é sempre benéfica”, afirmou o pesquisador.