Com o objetivo de resolver o problema do trânsito intenso na saída da Cidade Universitária, a ponte que está sendo construída sobre o canal do Fundão e vai ligar o sul da Ilha a uma das principais vias expressas do Rio de Janeiro tem o prazo de conclusão previsto para outubro deste ano.
A arquitetura da ponte suspensa por cabos ancorados em um único pilar – chamada ponte estaiada - vai dar à cidade um novo monumento urbano e compor o projeto paisagístico do Plano de Revitalização do Canal do Fundão. O custo total das obras de revitalização está estimado em R$ 292.250.000 e é financiado pela Petrobras, por meio de um convênio assinado entre a empresa, o Governo do Estado, a Procuradoria do Estado e a Fundação Universitária Bio-Rio.
A ponte deverá receber 25 mil veículos diariamente e vai ligar a Cidade Universitária, pela Avenida Pedro Calmon, à Linha Vermelha, na direção do Centro da cidade, em sentido único (duas pistas para saída de carros da ilha), desafogando o trânsito na região. A construção da ponte é uma reivindicação da UFRJ, como consta no Plano Diretor UFRJ 2020, aprovado pelo Conselho Universitário em novembro de 2009. A obra faz parte da segunda fase do Plano de Revitalização do Canal do Fundão, que também será responsável pela urbanização e saneamento da Vila Residencial localizada na UFRJ.
O arquiteto Alexandre Chan, da PCE Projetos e Consultoria de Engenharia, é o responsável pelo projeto da ponte, constituída por um pilone único – que já pode ser avistado por quem passa pela Linha Vermelha -, no qual serão ancorados 15 estais metálicos em plano central único, dispostos em formato de leque-harpa. A estrutura chegará a 100 metros de altura, o suficiente para sustentar um vão livre de 180 metros de extensão. O projeto não inclui pilares de apoio nas águas do canal por uma medida de preservação e proteção dos manguezais existentes na região.
A iluminação do projeto será feita por Peter Gasper − iluminador nascido na Alemanha que fez carreira no Brasil projetando as luzes de obras grandiosas como o Sambódromo (RJ); a Catedral de Brasília, a Praça dos Três Poderes (DF); o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ), assim como todas as obras de Oscar Niemeyer; a barragem de Itaipu e a recente iluminação do Cristo Redentor (RJ). O cálculo estrutural foi feito pela V. Garambone Engenharia, e a obra está sendo executada pela Construtora Queiroz Galvão.
Revitalização ambiental do Canal do Fundão
As obras de revitalização ambiental do Canal do Fundão tiveram início em maio de 2009 e fazem parte do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) - área condenada por décadas de despejo de dejetos e lixo industriais e residenciais. Inicialmente, seriam gastos R$ 194.740.000 no projeto que previa a dragagem de 4mil m do canal, o plantio e recuperação de manguezais e o paisagismo das áreas da Cidade Universitária, onde estão sendo depositados - recobertos por um material chamado geotêxtil (geobags) - os resíduos contaminados retirados durante a dragagem.
Mas a diminuição do odor ruim e melhoria dos aspectos ambientais e estéticos do local fizeram com que o Estado e a Petrobras ampliassem o projeto. Essa segunda fase de obras, que teve início em junho deste ano, conta com a extensão do trecho dragado, o saneamento e a urbanização da Vila Residencial, a saída Norte da Ilha do Fundão para a Ilha do Governador e a construção da ponte estaiada.
Multas revertidas em ajuste ambiental
Os recursos para as obras de revitalização, avaliados em R$ 292.250.000, são da Petrobras. O modelo de financiamento adotado para a execução do projeto se baseia na lei estadual 3.467 de 14/9/2000 (artigo 101), que permite que multas a empresas sejam convertidas em obras e serviços ambientais. A empresa, no caso a Petrobras, tem suas multas abonadas na medida em que atesta que o dinheiro foi empregado na obra.
Confira aqui a matéria feita pela equipe de jornalismo da WebTV