Atraente, essencial, curioso e ainda faz bem à saúde. Seriam essas realmente as qualidades do bar de oxigênio? Uma coisa é certa: inovador ele é, mas em que medida traz benefícios ao organismo?
Recente no Brasil, o bar de oxigênio surgiu na década de 1980 em Tóquio, com a proposta de trazer uma concentração maior de oxigênio puro para a população das cidades poluídas e, diz-se até que compensa a falta de oxigênio causada pela poluição nos grandes centros.
Com opções variadas, o público que vai a um bar de oxigênio inala o dobro da concentração atmosférica de oxigênio, em média de três a 20 minutos. Os bares ainda oferecem oxigênio com os mais diversos aromas.
Para o professor Alexandre Cardoso da Faculdade de Medicina da UFRJ, não traz nenhum benefício às pessoas normais e não acrescenta nenhuma melhora à saúde. “Em condições normais de temperatura e pressão ao nível do mar, a atmosfera contém 21 por cento de oxigênio, o que é absolutamente adequado para qualquer pessoa saudável viver. E, qualquer concentração acima desse valor pode ser considerado desnecessário”, disse ele que é Chefe da divisão de Tisiologia e Pneumologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ).
De acordo com ele, o oxigênio pode ser oferecido na forma terapêutica em certas circunstâncias. É o caso de pacientes com problemas respiratórios agudos, como enfisema ou bronquite crônica, em que o doente não consegue suprir suas necessidades fisiológicas na concentração de vinte por cento. “Para esses pacientes crônicos, faz-se uma oxigenoterapia, para aumentar a concentração de oxigênio respirável pelo paciente, que pode oscilar entre pouco mais de vinte por cento até cem por cento”.
O professor Cardoso ressaltou que não há relações científicas entre a inalação do oxigênio dessa forma e a melhora da qualidade de vida, de maior desempenho em certas atividades ou de maior longevidade, muito menos quando se trata de tão curto espaço de tempo. “Esse tipo de avaliação de sensação de bem estar é subjetivo”.
Na opinião dele, para comprovar cientificamente essas alegações precisaria de uma pesquisa em que fossem estabelecidos parâmetros de comparação com indivíduos que respiram esse maior teor de oxigênio e os que inalam na quantidade atmosférica.