Foto: William Santos - Banco de imagens UFRJ |
A vida moderna, o desejo de se firmar profissional e financeiramente são alguns dos motivos que levam a mulher a deixar a maternidade para segundo plano. Essa é uma tendência cada vez mais frequente nos Estados Unidos; nos últimos 25 anos, o número de mães com mais de 40 anos dobrou.
Tal comportamento já pode ser observado no Brasil: mulheres dessa faixa etária já apostam nos avanços da medicina. Apesar da diminuição das chances de fecundação do risco de má formação do feto, dentre outros agravantes, a ciência vem obtendo êxito em muitos casos de gravidez tardia. Segundo o obstetra Paulo Barça, da Maternidade Escola da UFRJ, denomina-se gravidez tardia aquela que se dá os 35 anos. Diante desse quadro, é natural que a preocupação dos médicos aumente tanto com a saúde do bebê, quanto com a da mãe.
“O acompanhamento da gestante deve atentar para a existência de intercorrências, que por consequência provocam uma análise mais detalhada do caso. Os cuidados devem ser maiores para as gestantes acima de 35, porque a probabilidade de manifestação de anomalias cromossomiais nas grávidas dessa faixa etária é maior, por isso exames de rastreio ou por retirada do líquido amniótico para análise do cariótipo fetal se fazem necessários para o estudo de uma hipotética doença”, previne o obstetra.
De forma a ter uma gravidez tardia saudável, Paulo salienta o papel que a alimentação desempenha: “sabemos que há nutrientes importantes para compor a alimentação da gestante, que às vezes não ingere alimentos adequados, o que causa transtornos ao feto, principalmente, no sistema nervoso central.”
Segundo o especialista, a anemia é o grande vilão para o obstetra, que de forma profilática determina o ácido fólico na dieta, até três meses antes da concepção, diariamente. De forma complementar, uma dieta rica em proteínas e pobre em açúcares e gorduras atende bem a essa parcela das gestantes e garante a ela e ao bebê uma vida saudável.
Exames
Clinicamente, os exames preventivos aconselháveis são os de sangue e a urinocultura, feitos antes da concepção e durante a gestação. Eles seguem uma rotina com adição da ultrassonografia. “É preciso dar atenção às gestantes nessa faixa etária, pois apresentam pré-disposição à hipertensão arterial e, de forma mais rara, à diabete gestacional. A rotina deve ser regrada para evitar surpresas desagradáveis como essas”, aponta o médico, que valoriza a atitude preventiva das mulheres.
Ao longo da vida, a mulher é preparada para conceber e se preparar para uma gravidez natural, salvo empecilhos naturais. Para Paulo Barça, há motivos mais do que especiais para acreditar que, em conjunto, os avanços da medicina e atitudes corretas das novas gestantes determinam um novo cenário para o que era impensável anos atrás.