Gabriel Costa Queiroz, aluno do Programa de Pós-graduação em Ecologia do Instituto de Biologia da UFRJ, defende a dissertação de mestrado “Avaliação da recuperação da biodiversidade de Collembola (Hexapoda) em plantios de restauração florestal no norte do Espírito Santo, Brasil”. A defesa acontece nesta sexta-feira, 16 de julho, às 9h, no Salão Azul, localizado no bloco A, do Centro de Ciências da Saúde, na Cidade Universitária.
De acordo com o mestrando, o estudo, realizado no município de Sooretama, ao norte do estado do Espírito Santo, teve como objetivo avaliar a recuperação da diversidade de Collembola Hexapoda ―grupo de animais artrópodes com seis pernas que apresentam aparência comum aos insetos ― servindo como indicador do sucesso de plantios de restauração florestal da Mata Atlântica de Tabuleiros.
Para tanto, foram estudados três plantios de restauração florestal com dez anos de implantação; uma área de pastagem degradada, representando a situação anterior à instalação dos plantios; e a Reserva Biológica de Sooretama, sítio referência da região. Foram realizadas três coletas ao longo do ano de 2008: abril (final do período de chuvas), agosto (época seca) e novembro (início das chuvas). Para verificar a variação sazonal da região.
A abundância e a riqueza de cada sítio de estudo foram analisadas, sendo que houve a separação das amostras em três subamostras de localidades específicas (serapilheira, Ai e A1), para a análise da distribuição dos animais. Foram obtidos o peso seco das camadas analisadas, assim como a hidratação de cada uma delas. Os resultados obtidos indicam que houve aumento da riqueza e da abundância da fauna de Collembola nos sítios de plantios em relação à área de pastagem, além de uma composição diferente nesses locais. A riqueza e a abundância da fauna de Collembola foram inferiores nos plantios de restauração florestal em relação à reserva.
Os resultados da distribuição vertical da fauna revelaram que a maior parte da fauna de Collembola nos três sítios de plantios encontram-se no solo (A1), em oposição à fauna da reserva, que se encontram na serapilheira. Um importante fator, relacionado a essa diferença, é o conteúdo de água da serapilheira na reserva, sempre superior ao das serapilheiras nos sítios de plantios. E mesmo com distintas distâncias de áreas fonte, os plantios de restauração se mostraram similares em relação à composição da fauna de Collembola.
Gabriel Queiroz concluiu que, após dez anos de implantação, os plantios de restauração apresentaram aumento da riqueza da fauna de Collembola em relação à situação anterior. No entanto, especialmente as características microclimáticas ainda não foram plenamente restabelecidas, dificultando a colonização por novas populações de diferentes espécies de Collembola.