É cada vez mais comum entre os homens jovens a utilização de medicamentos para disfunção erétil como Viagra, Levitra, Cialis, entre outros. A questão, no entanto, é a razão pela qual tantos jovens têm utilizado estimulantes sexuais.
De acordo com o professor Renato Ferrari, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFRJ, o que tem motivado a procura de medicamentos por parte dos jovens é a ideia de que quanto mais forte a ereção e quanto mais tempo durar, melhor, o que não é exatamente verdade. “O medo de falhar e a facilidade na aquisição desses medicamentos também podem colaborar”, afirma.
Na teoria, os medicamentos para o tratamento da disfunção erétil só deveriam ser vendidos com receita médica, mas não é isso o que ocorre em grande parte das farmácias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pela fiscalização das drogarias, afirma que são poucos fiscais para tantas farmácias, o que faz com que a fiscalização seja extremamente reduzida.
O que pode ser feito pelo governo até que a situação dos fiscais da Anvisa se regularize é promover campanhas de conscientização focadas nos jovens, a fim de esclarecer os efeitos e as contraindicações dos estimulantes sexuais.
“Esses medicamentos são utilizados há pouco tempo, diferente dos anticoncepcionais, por exemplo, que são usados desde os anos 60, de modo que nossa experiência em seu uso e efeitos colaterais é ampla. Não apenas as pesquisas, mas a prática nos ensinou muito, diferente do que ocorre com os estimulantes sexuais. Devemos conscientizar os jovens de que não se conhecem ainda os efeitos dessas drogas em seu uso em longo prazo e, portanto, não se devem correr riscos”, informa o Ginecologista.
O médico alerta, ainda, para outras situações de risco do uso indiscriminado dos estimulantes sexuais. “Muitas vezes, os jovens que consomem medicamentos para melhorar sua potência sexual, consomem também bebidas energéticas, álcool em excesso e, não raramente, drogas, que podem, quando associadas, apresentar efeitos ainda desconhecidos”, afirma.
Os estimulantes sexuais foram criados para homens com impotência sexual e, somente nesses casos, é indicado. “Inicialmente, eu diria que um jovem nunca deve recorrer ao uso desses medicamentos, a não ser que tenha algum problema de ereção e, mesmo neste caso, ele deve procurar um urologista para investigar o problema e não se automedicar”, alerta Renato Ferrari.
Acredita-se que, no Brasil, cerca de 45% dos homens estão insatisfeitos com a qualidade de sua ereção. No entanto, a adoção de algumas medidas simples pode contribuir para a melhora da qualidade da ereção, sem que seja preciso recorrer a medicamentos. “Diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas, do fumo e, quem sabe, do café, diminuir o estresse, ter uma vida saudável, alimentar-se bem, realizar atividades físicas regulares e tratar determinadas doenças quando presentes, como o diabetes e a hipertensão arterial são medidas que contribuem muito para melhora do desempenho sexual”, conclui o professor.