O “II Encontro Sabores e Saberes” ocorreu hoje, 21 de outubro, em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, dia 16 de outubro. Este ano, o Encontro se integra à programação comemorativa dos 90 anos da UFRJ e à “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”, cujo tema central, em 2010, é “Ciência para o desenvolvimento sustentável”.
A decana do Centro de Ciências da Saúde, Maria Fernanda Santos Quintela da Costa Nunes, membro da mesa de abertura do evento, enfatizou a importância da interação entre o meio ambiente, a alimentação saudável e as questões sociais. A decana firmou, ainda, ser necessário repensar o saber a respeito dos sabores e buscar resgatar os saberes tradicionais, nos quais a produção alimentícia era realizada sem grandes danos ao meio ambiente e aos trabalhadores.
Representando o Ministério da Agricultura, Fabiana Nobre afirmou que “comer é um ato agrícola” e que é necessário aproximar o consumidor do agricultor. Fabiana ressaltou as atuais políticas adotadas pelo Ministério da Agricultura como forma de reconhecimento aos agricultores familiares e à produção de alimentos orgânicos.
O último membro da mesa de abertura a falar foi o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Carlos Antônio Levi da Conceição, que reafirmou a importância de uma preocupação com a alimentação dentro da Universidade.
Carlos Levi lembrou que, algum tempo atrás, a discussão era com relação à quantidade de comida, aos níveis de subnutrição no país. No entanto, hoje em dia, a discussão é outra, gira em torno da qualidade da alimentação. De acordo com o pró-reitor, isso demonstra uma mudança nos níveis socioeconômicos do país.
Carlos Levi alerta também aos jovens que se preocupem, desde cedo, com a qualidade da alimentação. “Na medida em que o tempo passa, o efeito da alimentação no corpo é maior”, afirma.
O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento ressalta, ainda, o fato de que os recursos orçamentais recebidos pela UFRJ têm permitido à Universidade viver uma situação confortável e investir em projetos que já vinham sendo pensados há muito tempo. Carlos Levi afirma que o Sistema de Alimentação dos Restaurantes Universitários estará à altura dos recursos recebidos pela Universidade.
Em vista disso, o pró-reitor menciona o projeto de expansão dos Restaurantes Universitários, no qual estão previstas a abertura do Restaurante do Centro de Tecnologia e da Faculdade de Letras, além da previsão de refeições para os cursos noturnos.
Por fim, Carlos Levi ressalta a importância da integração entre o Sistema de Alimentação e o Instituto de Nutrição, que garante a qualidade das refeições, além de possibilitar a pesquisa, o ensino e as atividades acadêmicas.
De acordo com o casal de agricultores José Antônio e Elizabete Farias, a Feira Agroecológica promovida pela UFRJ tem sido de grande ajuda para a agricultura familiar. Antes, os agricultores vendiam osprodutos para atravessadores, que revendiam para os consumidores. Agora, os agricultores têm acesso direto ao consumidor.
Segundo José Antônio, até mesmo o modo de plantar dos agricultores mudou após o início de sua participação na Feira. “Agora nossa produção é diversificada para atendermos aos consumidores diretamente. Antes, quando vendíamos para os atravessadores, produzíamos só um tipo de alimento”, afirma José Antônio.
A Feira Agroecológica ocorre toda quinta-feira em dois pontos: em frente ao Restaurante Universitário e em frente à Reitoria. De acordo com os agricultores, o lucro obtido na Feira é o suficiente para aumentar a renda mensal e ainda possibilitar investimentos.
Alunos de diversas instituições no Rio de Janeiro vão terminar a semana com mais conteúdo. A “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFRJ”, que vai até o dia 23 desta semana, vem reunindo estudantes em massa através de atividades culturais, apresentações de trabalhos e atividades educativas.
São estandes de ciências que permitem aos participantes tocar em animais, fungos e outras seres vivos. Há também projetos de promoção à saúde e atividades de recreação, como uma enorme parede de escalada no cento do evento.
A atividade contribui também para a educação acadêmica dos alunos da UFRJ. Segundo as alunas do primeiro período do Instituto de Biologia, Adriana Allek, Camila Carnevale e Iamê de Sá, responsáveis pelo estande sobre fungos, a Semana é mais do que uma super feira de ciências, é uma oportunidade de pôr em pratica o que se aprende na faculdade.
“Aqui temos a oportunidade de nivelar o que aprendemos e como aprendemos, além de conhecer outros assuntos antes de aprender em aula com os outros estandes”, revela Adriana Allek.
A Semana auxilia também na escolha do futuro acadêmico dos alunos que participam. Para, Camila Carnevale, o evento permite uma troca entre futuros universitários, futuros professores e professores da universidade: “muitos não sabem o que um biólogo faz, por exemplo, nós aqui podemos ensinar de forma divertida e despertar a curiosidade dos participantes”.
Estudantes do 3º período do ensino médio no Ciep Mario Tamborindeguy de Irajá, as alunas Bruna Barbosa, Thaynã Santos e Amanda Folia já encaram o vestibular e acreditam que o evento pode auxiliar na escolha da profissão: “está sendo curioso e interessante. A gente nunca esperava ver, tocar animais e fetos. Eu já tinha uma opinião formada da profissão que queria seguir, mas a Semana me ajudou a ter certeza do que eu quero”, disse a aluna Thaynã Santos.
O Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ (INJC) ofereceu, durante o evento, avaliações nutricionais e orientações para uma alimentação mais saudável. Segundo Taís Ferreira, coordenadora do estande e nutricionista do instituto, a Semana beneficia alunos da faculdade de nutrição na prática das teorias aprendidas na escola: “essa atividade é parte da disciplina de avaliação nutricional da escola de nutrição. E para nós, nutricionistas, há a importância de avaliação para próximos eventos e divulgação de atendimento para funcionários e alunos que faremos no Restaurante Universitário em breve”.
Professora da Escola Municipal professor Josué de Castro na Maré, Tatiana Cardoso afirmou ao Olhar Vital a importância do evento para o aprendizado dos alunos: “é bastante válido porque é algo prático para o que se vê nas aulas, espero que isso continue todos os anos. Aqui encontramos interação, observação e isso é uma novidade. Quem sabe, o interesse por algum assunto aqui hoje vai despertar a curiosidade dos alunos para seguir uma profissão?”, avalia.
O dia do professor foi comemorado em grande estilo no Centro de Ciências da Saúde da UFRJ (CCS). Na última sexta-feira (15/10), ocorreu mais uma edição do “Congresso de Extensão – Saúde e Educação para a Cidadania” promovido pela Decania do CCS.
Alunos de escola pública, além de professores, pesquisadores de diversas instituições marcaram presença no evento, que contou também com exposições diversas, como os trabalhos de cooperativas de mulheres.
O coral com alunos de Maricá abriu o Congresso com canções da Música Popular Brasileira. Segundo a professora orientadora do coral, essa interação entre escola e universidade é de extrema importância: “esperamos que a universidade seja, um dia, também o universo desses alunos”.
A abertura dos painéis foi marcada pela apresentação do trabalho de alunos de pós-graduação do Nutes (Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde da UFRJ). O grupo abordou o tema “O cotidiano Escolar – as múltiplas formas de narrar a escola”. Durante a apresentação da pesquisa, a professora e orientadora, Vera Helena Ferraz de Siqueira, elogiou o evento e o trabalho dos alunos do coral: “é muito bom ver um projeto que reúne jovens com uma proposta tão bonita”.
Para Florence Brasil, organizadora do evento, o Congresso de Extensão 2010 foi um evento de sucesso: “Participaram pessoas de todo o Rio de Janeiro. O desejo é que o povo entenda que a universidade é para todos. O evento promove um entrelace entre saber popular e científico, além de permitir o encontro de profissionais da saúde e do meio ambiente em toda a sociedade e em toda a universidade”.
O Congresso marcado pela integração entre profissionais contou com mais de 260 inscritos e diversos trabalhos com a participação de instituições além da UFRJ, como o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe/Uerj) e a Santa Casa. “A extensão promove trabalhos na sociedade durante todo o ano, agora são eles que vêm à UFRJ”, explica Florence.
Além da integração entre universidade e sociedade a coordenadora explica a proposta de integração também entre unidades da UFRJ: “a universidade é muito grande, por isso nós não nos conhecemos bem. Nesse evento tivemos a oportunidade de conhecer trabalhos e projetos através dos painéis, como no caso da pesquisa do Nutes. Aqui nós vamos nos conhecer e quem saber promover parcerias”.
“Essa é a combinação de tudo o que se faz durante o ano”, conclui.