Rio - Mais de 40% dos cariocas moram em áreas de risco alto e risco muito alto de ter epidemia de dengue no próximo verão. No total, são 55 bairros em perigo, em todas as regiões da cidade. A conclusão foi tirada após análise feita com nova metodologia do Ministério da Saúde para calcular as chances de epidemia. Batizada de ‘Risco Dengue’, ela vai orientar as secretarias de saúde de todo o Brasil no combate à dengue, principalmente onde há maior risco.
Até então, o único indicador de perigo era o índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti — técnicos calculam quantos focos de dengue havia para cada 100 imóveis. Agora, além deste, serão utilizados outros critérios, como: incidência de casos de dengue nos anos anteriores; tipos de vírus em circulação; saneamento básico; coleta de lixo; e densidade populacional.
Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, nos locais de maior risco, identificados como ‘pontos quentes’, as ações de prevenção e controle da doença devem começar antes do início das chuvas. “Como 70% dos casos de dengue concentram-se entre janeiro e maio, estamos fazendo o alerta com quatro meses de antecedência, para que as ações comecem imediatamente”, orienta.
Entre as ações previstas estão visitas domiciliares, mutirões de limpeza urbana, reforço da coleta de lixo, eliminação e tratamento de criadouros nas residências, aplicação de larvicidas e inseticidas e busca ativa de casos e óbitos suspeitos de dengue. Além disso, o órgão ressaltou que os estados e municípios devem manter a realização do levantamento do índice de infestação por Aedes aegypti. O ministério também anunciou que novos municípios do do Rio devem ser incorporados ao levantamento, passando de 22 para 82 participantes.
EXPERIÊNCIA-PILOTO Além do Rio, outras três cidades são piloto para o ‘Risco Dengue’: Belo Horizonte, Goiânia e Boa Vista. A recomendação do ministério é que a metodologia seja aplicada em todos os estados e municípios de maior porte. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro a agosto já houve 1.697 casos de dengue. No mesmo período de 2009, foram 2.572.
Rio e Nordeste são as piores áreas do Brasil O Ministério da Saúde também alertou que, para o próximo verão, além do Rio, outros nove estados têm risco muito alto de enfrentar epidemia de dengue. Entre eles estão estados do Nordeste, turisticamente importantes, como Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão. O levantamento foi feito sem levar em consideração o risco de dispersão do vírus tipo 4. A cepa foi identificada em Roraima mês passado, após 28 anos sem circular.
EVITE FOCOS DO MOSQUITO
CALHAS E LAJES Devem ficar limpas e sem pontos de acúmulo de água. Folhas secas precisam ser retiradas para que a água nao fique retida.
CAIXAS D’ÁGUA Devem ficar vedadas. Não devem ser cobertas por plástico ou calha porque esses materiais podem acumular água.
FOSSOS DE ELEVADOR Recomenda-se verificar uma vez por semana e bombear caso haja acúmulo de água. EM CASA A tampa dos vasos sanitários devem ficar fechadas. Em banheiros pouco usados, deve-se dar descarga pelo menos uma vez por semana. As bandejas do ar condicionado e da geladeira também precisam ser verificadas: alguns modelos acumulam água que pode servir como foco do mosquito transmissor da dengue.
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